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A importância da fadiga muscular na saúde e no desempenho físico – Entrevista com o Prof. Marcelo Conrado

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Olá, eu sou o Marcelo Conrado, professor da pós-graduação em negócios e estou aqui para responder à seguinte pergunta: por que é importante a presença da fadiga muscular durante um treino de carga baixa quando o objetivo é a hipertrofia muscular?

Hoje é muito comum nas academias observarmos a seguinte situação: as pessoas colocam uma carga baixa e não executam até a falha ou próximo a falha. Ou seja, elas fazem ali 12-15 repetições, mas às vezes conseguiriam fazer 30. Então, essas repetições acabam sendo executadas longe da falha ou até mesmo sem fadiga.

Primeiramente, vamos entender um pouco sobre fadiga. Fadiga muscular significa perder força muscular. Durante o treino, utilizamos a molécula de ATP para fazer a contração muscular. Para isso acontecer, o ATP precisa ser quebrado em ADP. Ou seja, durante as repetições, estamos quebrando o ATP em ADP e, como consequência, estamos liberando hidrogênio e fosfato orgânico na célula muscular.

O acúmulo de hidrogênio dentro da célula muscular faz reduzir o pH, ou seja, a célula entra em estado de acidose. Durante as repetições, quebramos o ATP em ADP e constantemente acumulamos hidrogênio na célula muscular, o que resulta em uma redução da produção de força. Esse acúmulo de hidrogênio e a redução de fosfato orgânico levam à diminuição da produção de cálcio pelo retículo sarcoplasmático, o que resulta em menos força muscular. Além disso, a concentração de fosfocreatina, outro substrato energético, também diminui durante as repetições, levando à diminuição da produção de ATP.

Ou seja, os dois pontos que explicam a diminuição da força muscular durante as repetições são o acúmulo de hidrogênio e a redução de fosfocreatina. E por que isso é importante no treino de hipertrofia muscular?

Se o treino de alta intensidade com poucas repetições (15-20) for executado longe da falha, ou seja, se a pessoa conseguir fazer todas as repetições sem fadiga, não haverá um grande recrutamento de fibras do tipo II (fibras de contração rápida). Porém, se executarmos essas mesmas repetições até a falha, haverá presença de fadiga e um grande recrutamento dessas fibras, mesmo trabalhando com uma carga mais baixa.

Por isso, hoje muitos estudos mostram que o treino de carga baixa executado próximo à falha, com presença de fadiga, resulta em um maior recrutamento de fibras do tipo II e, consequentemente, em uma maior hipertrofia muscular.

Portanto, se você está treinando e executando as repetições no treino de carga baixa longe da falha, a resposta para a hipertrofia será menor. Por outro lado, se você pegar essa carga baixa e executar até sentir fadiga e diminuir sua força, esse treino será mais eficiente para a hipertrofia muscular.

Espero que tenha gostado do vídeo! Deixe um comentário abaixo e nos vemos no próximo vídeo.

Um abraço,

Marcelo Conrado

Fonte: A importância da fadiga muscular – Prof. Marcelo Conrado por UNIGUAÇU BRASIL