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Tratamento inovador para a Neuropatia com substância antiga

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Olá, estou aqui com o doutor Luiz Clemente Rolim, que é responsável pelo setor de neuropatia e pé diabético da Escola Paulista de Medicina e Odontologia. Ele acompanhou um estudo recente que confirmou que a neuropatia é uma complicação subdiagnosticada do diabetes. Esse estudo foi bastante amplo e revelador, e os resultados foram surpreendentes.
O estudo foi realizado ao longo de dois anos, com 30 campanhas para detectar neuropatia e pé diabético em diferentes cidades da Alemanha, além de três eventos em shopping centers. No total, foram avaliadas 18 mil pessoas, por meio de questionários de dor e exames que duravam apenas três minutos, realizados por um pediatra. Os exames consistiam na avaliação da sensibilidade térmica, uso de monofilamento e testes de dinamometria.
Os resultados do estudo foram bastante interessantes, pois revelaram que cerca de um terço dos participantes apresentava pré-diabetes ou glicemia de jejum alterada. Além disso, 76% dos pacientes diagnosticados com diabetes tipo 2 desconheciam a sua condição. A maioria desses pacientes também apresentava neuropatia diabética dolorosa, o que prova que o diabetes tipo 2 desconhecido é uma das principais causas dessa complicação.
Esse estudo teve um grande impacto, pois reflete a realidade da falta de diagnóstico adequado da neuropatia diabética. Muitas vezes, os pacientes desconhecem os sinais e sintomas da doença, e os médicos não investigam devidamente, deixando de identificar a presença do diabetes e a consequente neuropatia diabética.
Além disso, o Dr. Rolim também participou de um simpósio sobre a neuropatia diabética dolorosa, no qual foram apresentadas três conferências. A primeira foi sobre os aspectos periféricos da neuropatia, a segunda abordou os aspectos centrais e a terceira falou sobre as novidades no tratamento da neuropatia autonômica diabética.
Na primeira conferência, um pesquisador de Londres apresentou duas novidades. A primeira é o uso do ácido capsaicinânico em concentrações de até 8% para o tratamento tópico da neuropatia diabética. Essa substância tem a capacidade de disfuncionalizar os nervos dos pés, promovendo a regeneração e aliviando a dor. O segundo avanço é o uso de inibidores do receptor de angiotensina 2 tipo 2, que tem apresentado resultados promissores no tratamento da dor neuropática periférica em pacientes diabéticos.
Na segunda conferência, foram discutidos os aspectos centrais da neuropatia diabética dolorosa. Foram apresentados estudos com ressonância magnética funcional, que mostraram alterações na medula e no córtex de pacientes com dor crônica. Essas alterações podem afetar o sistema nervoso central e contribuir para a neuropatia diabética.
A terceira conferência abordou a neuropatia autonômica diabética. Foram apresentados quatro tipos de neuropatia autonômica relacionados ao diabetes, incluindo a neuropatia autonômica cardiovascular, que aumenta o risco de morte e eventos cardiovasculares. Também foram discutidas as neuropatias autonômicas transitórias, associadas à hipoglicemia, e a neuropatia autonômica relacionada ao controle glicêmico rápido, que pode ocorrer tanto em pacientes com diabetes tipo 1 quanto tipo 2.
Essas conferências trouxeram avanços e novidades no tratamento da neuropatia diabética dolorosa e da neuropatia autonômica diabética. Foram destacadas algumas opções terapêuticas promissoras, como o uso de cremes de capsaicina e inibidores do receptor de angiotensina 2 tipo 2. Também foi ressaltada a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado dessas complicações.
Essas informações são de extrema importância para os médicos brasileiros, especialmente os endocrinologistas e clínicos gerais, que lidam com pacientes diabéticos no dia a dia. O acompanhamento da neuropatia e do pé diabético é fundamental para prevenir complicações graves e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Fonte: Substância antiga, mas solução nova para a Neuropatia por DrClementeRolim