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Hepatite C e esteatose: cuidados para o bem-estar global

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A esteatose hepática é caracterizada pelo acúmulo de gordura no fígado. A esteatose hepática é assintomática, ou seja, não apresenta sintomas. Esse acúmulo de gordura pode ser detectado quando você faz um exame de ultrassom, uma tomografia ou até mesmo na eventualidade de você ter uma cirurgia do abdômen e o cirurgião encontrar uma esteatose no fígado.

A esteatose pode ser causada por vários fatores, como a hepatite C, o uso abusivo do álcool e também pode ser resultado secundário ao uso de medicamentos como a cortisona ou até mesmo de anabolizantes. Um trabalho realizado em Salvador, na Bahia, envolvendo jogadores de futebol mostrou que dentre os 220 indivíduos analisados, 14 apresentavam esteatose no fígado.

Mas a causa mais frequente, sem dúvida, é aquilo que se chama hoje de doença hepática gordurosa não alcoólica, que é uma doença do fígado relacionada a alguns fatores, como a alteração da glicose no sangue, a alteração da gordura que circula pelo sangue, como colesterol e triglicérides, e principalmente a obesidade visceral. A obesidade visceral está associada a um maior risco de desenvolver algumas doenças, como diabetes e doenças cardiovasculares. Além disso, fica claro que, devido ao comprometimento do fígado, existe um maior risco no desenvolvimento de doenças próprias do órgão, como cirrose e até mesmo câncer.

O tratamento da esteatose hepática está associado a mudanças nos hábitos de vida, como levar uma vida mais saudável, praticar atividades físicas e ter uma dieta mais balanceada. No que se refere à dieta, a literatura mundial sugere diminuir a ingestão de carboidratos simples, presentes em alimentos refinados como pães, massas, biscoitos e doces, e substituí-los por carboidratos complexos ou de baixo índice glicêmico, presentes em frutas, verduras, pães e massas integrais, grãos e cereais. Quanto às gorduras, é preferível optar por gorduras mais saudáveis e menos industrializadas, como as presentes em óleos vegetais e alimentos ricos em ômega 3, como peixes de água fria (salmão, atum) e alimentos vegetais como a linhaça. No que se refere ao exercício físico, não é necessário se tornar um atleta, mas é recomendado aumentar a quantidade de atividade física para melhorar a resistência insulínica, a queima de energia muscular e hepática.

Eventualmente, pode ser necessário o uso de medicamentos prescritos por um médico.

A hepatite C é uma inflamação do fígado causada por um vírus transmitido principalmente pelo sangue contaminado. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, existem atualmente quase 200 milhões de pessoas com hepatite C no mundo, sendo que 90% delas não sabem que têm a doença. No Brasil, aproximadamente 2 milhões de brasileiros têm hepatite C e a maioria das pessoas não sabe que tem a doença.

A maior parte das pessoas que têm hepatite C foi contaminada no passado, há mais de 20 anos, por meio de transfusões de sangue ou derivados de sangue, numa época em que os bancos de sangue não realizavam a pesquisa do vírus, que ainda não havia sido descoberto. Uma das formas de contaminação ocorre pelo compartilhamento de seringas e agulhas, ou por instrumentos utilizados por manicures, tatuadores e durante a colocação de piercings, quando são utilizados materiais não esterilizados ou descartáveis. Outra forma de contaminação é da mãe infectada para o filho, durante a gravidez ou o parto. Casos mais raros são de contaminação através de contato sexual com múltiplos parceiros.

O diagnóstico da hepatite C pode ser feito através de um exame de sangue, o anti-HCV. Se o exame for positivo, o paciente poderá ser encaminhado para exames complementares. O SUS já dispõe de um teste rápido para hepatite C, chamado teste rápido, que é feito com uma gota de sangue da ponta do dedo. O teste para HCV está indicado para todas as pessoas com mais de 40 anos de idade e também deve ser feito em qualquer idade se a pessoa tiver sido exposta a algum fator de risco, como utilização de drogas injetáveis, tatuagem ou piercing com agulha não descartável, antecedente de transfusão sanguínea antes de 1993, uso de agulhas e seringas não descartáveis, ou atividade sexual promíscua.

Cerca de 70% dos pacientes com hepatite C têm mais de 40 anos. Se esse é o seu caso, peça ao seu médico para fazer o exame, mesmo que não faça parte de nenhum dos grupos de risco. 30% das pessoas portadoras de hepatite C não sabem como pegaram a doença. A boa notícia é que a hepatite C tem cura. Uma alta porcentagem de casos é tratada com uma combinação de medicamentos, que são altamente eficazes e curam cerca de 90% dos casos tratados. Esses medicamentos são utilizados por via oral ou em comprimidos, durante um período médio de 12 semanas, e apresentam muito poucos efeitos colaterais. Mesmo pacientes com doença avançada, cirrose, transplante de órgãos, co-infectados com o vírus da AIDS ou com problemas renais se beneficiaram com o novo tratamento.

A melhor maneira de prevenir a hepatite C é conhecer as formas de contágio. Não utilize drogas injetáveis, não compartilhe objetos de uso pessoal como escovas de dente, lâminas de barbear, alicates de manicure, lixas, espátulas ou equipamento de tatuagem. Verifique se os materiais utilizados em exames de sangue são descartáveis. Se você tem múltiplos parceiros sexuais, use camisinha. Antes de engravidar, faça o teste para saber se você é portadora do vírus da hepatite C.

Se você for portador de hepatite C, fique longe do álcool, pois ele aumenta o risco de desenvolver as complicações da doença. Se você tem mais de 40 anos ou se tem alguns fatores de risco citados, procure um hepatologista ou seu médico e peça para fazer o exame. Caso você apresente um teste rápido positivo para hepatite C ou gordura no fígado (esteatose hepática), você deve procurar atendimento médico no centro de referência da patologia do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Morais, onde dispomos de toda a infraestrutura necessária para diagnosticar, tratar e acompanhar pacientes com hepatites virais, esteatose hepática e outras doenças no fígado.

Fonte: Bem Estar Global – Hepatite C e Esteatose (Gordura no Fígado) por Tudo sobre Fígado