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Raynaud: Saiba por que o frio causa dedos roxos e doloridos

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Olá! Meu nome é Alex Dornelles e sou cirurgião vascular que atua na cidade de Maravilha, em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina. Antes de começar, gostaria de convidar você a seguir meu perfil no Instagram, @alexlavellidornelles, e também a se inscrever no meu canal do YouTube, chamado Circulação e Saúde. Não se esqueça de ativar o sininho de notificação para ser informado sempre que eu postar um novo conteúdo.

No vídeo de hoje, vamos falar sobre um fenômeno chamado Fenômeno de Raynaud. Você já notou que, quando é exposto ao frio ou a situações estressantes, seus dedos ficam extremamente gelados e depois azulados? Isso acontece com muitas pessoas e tem uma explicação médica. Vamos entender melhor.

Quando estamos expostos ao frio, acontece uma vasoconstrição periférica em nosso corpo. Isso significa que os vasos sanguíneos das extremidades se contraem para manter nossa temperatura interna, evitando a perda de calor para o ambiente externo. O Fenômeno de Raynaud foi descoberto em 1862 pelo médico francês Maurice Raynaud, que deu seu nome a esse fenômeno.

O Fenômeno de Raynaud consiste em uma resposta exagerada dos vasos sanguíneos das extremidades quando ocorre a exposição ao frio ou a situações de estresse. Essa resposta é tão intensa que pode causar uma diminuição do fluxo sanguíneo nas extremidades, resultando em uma mudança na cor dos dedos, pés e até outras partes do corpo. Em casos mais graves, pode ocorrer até mesmo na língua.

O fenômeno de Raynaud clássico ocorre em três fases distintas. Na primeira fase, os dedos ficam brancos e gelados, devido à palidez causada pela falta de sangue nas extremidades. Em seguida, vem a fase da cianose, em que os dedos ficam azulados devido ao fluxo sanguíneo lento e à falta de oxigenação adequada. Por fim, na terceira fase, ocorre a hiperemia reativa, em que os dedos ficam vermelhos e há uma sensação de calor, devido ao aumento do fluxo sanguíneo após a vasoconstrição inicial.

Além da mudança de cor nos dedos, o Fenômeno de Raynaud pode estar acompanhado de outros sintomas, como dor intensa nas extremidades e formigamento dos dedos. Na maioria dos casos, o fenômeno é considerado benigno, ou seja, não está associado a nenhuma doença específica. Nesses casos, chamamos de Fenômeno de Raynaud idiopático ou primário. Geralmente ocorre em mulheres jovens, entre 15 e 25 anos, e tende a ser mais branda quando há histórico familiar.

Entretanto, em alguns casos, o Fenômeno de Raynaud pode ser mais intenso e estar associado a alguma doença. Isso é chamado de Fenômeno de Raynaud secundário. As doenças mais comumente associadas incluem distúrbios autoimunes, como esclerose sistêmica e lúpus eritematoso sistêmico, além de doenças reumatológicas. Também pode estar relacionado a doenças arteriais, como aterosclerose, ou a certos movimentos repetitivos e uso de instrumentos vibratórios, como martelos e máquinas.

O tratamento do Fenômeno de Raynaud primário geralmente não requer medicamentos. A principal medida é evitar a exposição ao frio, vestindo roupas quentes e protegendo as extremidades do corpo. Também é importante controlar as emoções e evitar o tabagismo e o consumo excessivo de cafeína, pois esses fatores podem piorar o fenômeno. Em casos mais graves, podem ser prescritos medicamentos vasodilatadores ou realizada uma cirurgia chamada simpatectomia, que consiste na remoção de parte do nervo simpático.

É importante ressaltar que cerca de 10% dos pacientes com Fenômeno de Raynaud primário podem desenvolver alguma doença autoimune ao longo da vida. Por isso, é fundamental realizar acompanhamento médico regularmente para detectar qualquer doença associada precocemente.

Espero que you tenha gostado do vídeo! Se sim, peço que você compartilhe com as pessoas que você conhece, ajudando-os a entender e evitar complicações relacionadas ao Fenômeno de Raynaud. Se tiver alguma dúvida ou sugestão de tema para os próximos vídeos, deixe nos comentários.

Fonte: O FRIO DEIXA SEUS DEDOS ROXOS E DOLORIDOS? ISSO É FENÔMENO DE RAYNAUD por Dr. Alex Dornelles – Circulação e Saúde