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Tratamento da TPM: Quando buscar ajuda médica | Daniel Barros – CRM/SP 100.674

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Eu vou falar três letrinhas que eu acho que vai ter gente que vai rolar na cadeia só de ouvir: TPM. E se viu, foi uma sugestão do Adilson Rodrigues. Vez foi uma sugestão, o pedido de ajuda, mas a gente vai conversar um pouco sobre isso.

Afinal, o que é TPM? Quando ela é uma doença? Quando não é? Quando tem algo a ser feito ou não há? Normalmente, a gente fala em Síndrome Pré-Menstrual, que antigamente era chamada de Tensão Pré-Menstrual. São alterações gerais que acontecem no corpo da mulher e também, às vezes, na própria vida emocional da mulher, logo nos dias que antecedem o início do ciclo menstrual ou então alguns dias antes. Ela pode ter dor na mama, inchado, a mesma sensação de cansaço, irritação, um pouco de ansiedade, enfim. Mas é algo que começa, a abstração, o diálogo vai passando e não faz grandes problemas, não traz grandes transtornos, grandes impactos na vida da pessoa, nem de pintar no seu entorno.

Eu sempre vou te dar uma dica assim, digamos, você tem TPM ou mora com alguém que tem TPM, é legal saber. Qualquer região de risco ali na pessoa, se tem um ciclo meio regular, já sabe que todo dia 10, todo dia 20, as coisas não estão engrossando. No caso, seja fica esperto, já não vai procurar briga. Já é um jeito de evitar problemas. Já saber que é uma área mais sensível, mesmo, beleza? Todo mundo tem direito de ter dias de mais mau humor, mais irritação quando tem data marcada. Então fica mais fácil de se preparar. Não é dia de discutir a relação quando está no entorno da TPM.

Agora, tem um quadro um pouco mais grave, um pouco mais velho, que é chamado de TDM, o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual. Já não é uma Síndrome Pré-Menstrual comum. É mais uma alteração só fisiológica, do corpo da mulher, mas é de fato um transtorno do humor, é um adoecimento do nosso humor, como em várias formas de adoecer, depressão, transtorno bipolar, são exemplos de transtornos do humor. E a TPM, esse Transtorno Disfórico Pré-Menstrual, é também um transtorno do humor. Qual é a diferença?

Não basta que a mulher tenha ali uma outra alteração física, um outro sintoma ruim. É preciso, para gente dizer que é TPM, é necessário que tenha pelo menos um dos seguintes sintomas: labilidade emocional, labilidade afetiva, que é uma instabilidade do afeto. Parece que tá com muita alegria, muita tristeza sempre nos dias que antecedem, lógico, o início do ciclo menstrual. Ou uma alta irritabilidade, ou muita ansiedade, acima do que é normal pra ela, ou humor deprimido, mesma tristeza, desânimo. E precisa necessariamente ter um desses na TPM normal. Não às vezes só o sintoma físico aliado, já pode chamar de TPM. Para você dizer que é TPM, tem que ter uma dessas alterações emocionais, e acompanhada de vários outros sintomas.

Não basta só estar com um humor mais deprimido, mais ansiosa. É preciso que tenha outras repercussões na vida e comece a atrapalhar o trabalho, falta energia para fazer as coisas, é uma sensação de uma grande tristeza, é uma sensação de que as coisas não têm sentido, é perda de capacidade produtiva, a operação de som, na operação de apetite, enfim, um quadro que é um pouco mais global, que interfere mais na vida da pessoa, no trabalho, nos relacionamentos, no relacionamento com o filho, com o marido, com o namorado, e assim por diante.

Então, esse quadro mais global, esse quadro que é necessariamente afetivo, que traz impacto real para a vida da pessoa, é um impacto da TPM. Não é só normal, não é algo que todo mundo sofre. E é também mais intenso, mais forte, a repercussão é maior e às vezes dura até mais tempo. Às vezes começa bem antes do ciclo menstrual e demora mais para melhorar. Tem mulher que fala assim: “Dos quatro meses, ou mesmo, passou uma semana bem. Ou a assim tô ou estão começando. Estão terminando. Eu passei três semanas diferentes do que eu sou normalmente.” Na TPM é importante sim fazer uma avaliação mais global, é importante ver com o ginecologista o que está acontecendo, é importante passar com um psiquiatra, já que é um transtorno do humor. Muitas vezes, vai precisar usar um antidepressivo, como quando tem depressão mesmo fora do ciclo.

Essa gente está falando de um transtorno de humor. Às vezes, é importante manter esse antidepressivo ao longo do tempo, porque se você fica tentando tirar, tentando tirar antidepressivo, ele não tem tempo de começar a fazer efeito. A gente já falou que os antidepressivos demoram um pouquinho para fazer efeito em outros vídeos sobre os remédios psiquiátricos. Então, às vezes, é mais fácil você deixar o remédio continuamente para evitar que cada assim o comércio o quadro quase que depressivo grave, e depois passo começa e passo como espaço. Então, é importante ver a parte ginecológica, parte dos hormônios, eventualmente introdução de pílulas ou algum fitoterápico, mas também um remédio específico. É que o transformo, na maioria das vezes, vai ser um antidepressivo. Lógico, vai ser definido caso a caso conforme sua avaliação, a sua conversa com seu médico. Normalmente um psiquiatra. Mas a gente sabe que não tem psiquiatra suficiente no mundo para tanta gente com depressão ou com transtorno disfórico pré-menstrual. Então, muitas vezes, o próprio ginecologista pode introduzir um antidepressivo. Você não se sente muito seguro, o clínico geral que tem experiência com isso, às vezes até um neurologista tem uma boa experiência com antidepressivos. É importante ser tratado, é uma reserva de mercado, que tem que ser com o psiquiatra. Mas é importante que se houver esse quadro, ele seja bem avaliado, seja tratado para evitar muito sofrimento desnecessário.

Espero que hoje eu só tenha tirado as suas dúvidas. Não sei se por mais ou menos preocupado. Se ficou mais preocupado, vai atrás de um tratamento. É importante, na dúvida, é se é alguma coisa. Porque tem muita gente aí chamando de TPM, é coisa normal. O que, na verdade, é um transtorno. É TPM e merece ser tratado, para diminuir o sofrimento que todo mundo sofre junto quando tem alguém sofrendo em casa. Divulguem essa mensagem, vamos levar essa informação pra frente, para que menos pessoas sofram e se inscrevam no canal, que a gente vai continuar conversando.

Fonte: Quando a TPM precisa ser tratada | Daniel Barros – CRM/SP 100.674 por Daniel Martins de Barros