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Hepatite C: sintomas, transmissão e tratamento – tudo que você precisa saber

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Hepatite C: quando suspeitar e o que fazer

Se você tem ou conhece alguém que tem hepatite C, saber quando suspeitar desse problema e o que fazer se tiver esse diagnóstico é muito importante. Acredita-se que ainda hoje no Brasil quase 700 mil indivíduos sejam portadores do vírus da hepatite C e precisem de tratamento. No mundo, são mais de 70 milhões de pessoas com essa doença e quase 500 mil morrem todo ano por causa de complicações como cirrose e tumor maligno do fígado.

No passado, a hepatite C não tinha cura e era vista como uma doença crônica de difícil tratamento. Além disso, os remédios usados no tratamento causavam muitos efeitos colaterais. No entanto, isso mudou. Atualmente existem remédios que curam a hepatite C e o SUS oferece tratamento.

Então, quando suspeitar que alguém tem hepatite C? A maioria dos pacientes não apresenta sintomas na fase aguda da doença. Ou seja, no momento em que se contagia com o vírus da hepatite C, não sente absolutamente nada. Isso atrapalha e atrasa o diagnóstico dessas pessoas. Aproximadamente uma em cada cinco só vai conseguir chegar ao tratamento quando já está com a doença avançada. Até 80% dos pacientes evoluem para hepatite C crônica e, mesmo nessa fase, a grande maioria das pessoas não apresenta sintomas. Geralmente, é nessa fase que a doença é diagnosticada.

Os sintomas que podem surgir são icterícia (coloração amarelada da pele e olhos), distúrbios na coagulação, sangramento espontâneo, formação de hematomas, cansaço, diminuição do apetite, coceira pelo corpo, urina fortificada escura e inchaço nas pernas e abdômen, conhecido como ascite. O uso do álcool e a associação com outros vírus, como o da hepatite B e o HIV, podem acelerar a progressão da doença.

É importante ressaltar que o tratamento para hepatite C atualmente está indicado para todos os pacientes, independentemente do grau de fibrose e do grau de avanço da doença. Isso ocorre porque a infecção crônica pelo vírus C é considerada uma doença sistêmica que pode aumentar o risco de morte por outras causas não hepáticas, como problemas cardíacos e vasculares.

O tratamento é realizado com apenas 1 a 3 comprimidos por dia e é muito bem tolerado, com efeitos colaterais raros e leves, como dor de cabeça, náuseas e cansaço. O tempo de tratamento pode variar de acordo com o tipo de vírus (genótipo) e o grau de lesão no fígado, podendo variar de 8 a 12 semanas na maioria dos casos. Em casos mais avançados, o tratamento pode durar até 6 meses. O objetivo do tratamento é a cura, definida pela ausência da carga viral do vírus após 12 semanas da finalização do tratamento.

É importante destacar que não se deve solicitar o exame do anticorpo anti-HCV após ser tratado e curado, pois ele será positivo para o resto da vida, mostrando apenas contato prévio com o vírus. Quanto mais cedo o tratamento for feito, melhor, pois diminui a chance de evoluir para cirrose ou câncer de fígado.

Grupos de risco para a hepatite C incluem pessoas que realizaram transfusão sanguínea antes de 2003, quando o teste para detecção do vírus tornou-se obrigatório nos bancos de sangue. Além disso, indivíduos que compartilham seringas, agulhas não descartáveis, instrumentos de acupuntura, tatuagens, tesouras e alicates não adequadamente esterilizados têm maior chance de contrair o vírus.

O diagnóstico da hepatite C é feito por meio de exames de sangue que detectam o vírus. Todos os brasileiros acima de 45 anos devem fazer o teste do anticorpo anti-HCV, mesmo que não apresentem sintomas. Mulheres grávidas também devem fazer o teste, pois há chance de transmissão do vírus para o bebê durante o parto.

Não existe vacina contra o vírus da hepatite C, portanto, é importante tomar cuidado ao entrar em contato com sangue de indivíduos contaminados e sempre usar preservativo durante as relações sexuais.

Para se proteger e prevenir contra essa doença, é essencial fazer o teste sorológico, especialmente se você tiver acima de 45 anos. Se você apresentar sintomas, não deixe de procurar um médico especialista, preferencialmente um hepatologista ou infectologista. Cuide da sua saúde e bem-estar!

Fonte: HEPATITE C: SINTOMAS, TRANSMISSÃO E TRATAMENTO por DOUTOR AJUDA