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Tudo sobre calicivírus felino: causas, sintomas e tratamentos

Olá, tudo bem? Eu já ouvi falar de você, você sempre vem por aqui, não é? É verdade, não minto. Hoje, para fechar nosso papo sobre o corpo felino, atendendo a pedidos, vamos falar sobre a calicivirose, um vírus altamente contagioso que está envolvido na rinite traqueíte e no complexo gengivite-estomatite.

O alcance dos felinos é um vírus altamente contagioso, muito amplo e distribuído nas populações dos nossos clientes. É um vírus de RNA fita simples, o que significa que ele consegue ter uma maior taxa de mutação em comparação com o vírus de DNA. Ele é eliminado nas secreções oronasais dos animais doentes na fase aguda da doença, gerando sinais clínicos. E animais que estão na fase de recuperação também podem continuar eliminando o vírus.

Por isso, é preciso ter cuidado, pois para facilitar a infecção, basta colocar o gato em aglomerações. Se o gato vive em um ambiente com muitos outros gatos, ele já é um potencial infectado por calicivírus por dois motivos: primeiro, porque o vírus possivelmente está presente ali; segundo, pelo ambiente estressante que gera uma supressão do gato e pode facilitar a infecção por outros vírus.

Esse vírus tem uma preferência pelo epitélio oral, por isso um dos sinais mais comuns da calicivirose é o complexo gengivite-estomatite. Mas é preciso lembrar que esse complexo não é causado somente pelo vírus, mas também por outros agentes, como a Clamídia, Pastorella, Bordetella e outras bactérias. Além da infecção da via oral, pode ocorrer a infecção das vias respiratórias, o que pode gerar também descargas nasais, dificuldade respiratória e pneumonia. Vale relembrar que o calicivírus, além do herpesvírus, também está envolvido com a rinotraqueíte, uma doença respiratória aguda dos felinos. E o calicivírus também pode gerar um quadro de sinovite, inflamação das articulações.

Outro sinal que podemos encontrar no caso da calicivirose é um animal claudicar, mancar muito, porque está gerando inflamação das articulações. E existe uma outra forma de manifestação da calicivirose, que é a forma de vasculite. Essa forma tem alta letalidade, cerca de sessenta por cento de animais que desenvolvem a calicivirose com vasculite morrem. Nesse caso, a vasculite gera uma síndrome da resposta inflamatória sistêmica, que afeta todo o organismo.

O complexo gengivite-estomatite não é causado primariamente pelos agentes, mas sim por uma reação imunológica do próprio animal, uma inflamação daquele local causado pelas células de defesa do próprio mal. Os agentes que estão ali, vírus e bactérias, estimulam essa resposta e as células de defesa querem combater a infecção. Por isso, ela gera essa inflamação muito aguda.

Para o diagnóstico, é preciso avaliar a história deste animal e seus sinais clínicos para direcionar o pensamento clínico e elevar a suspeita da calicivirose. Também há exames sorológicos para pesquisas de anticorpos deste animal e exame de PCR (reação de cadeia polimerase) para pesquisar a presença do vírus. O tratamento envolve suporte, para tratar infecção bacteriana secundária com antibióticos, onde o animal vai ficar desidratado. Mas a terapia para um animal que não está se alimentando pode incluir uma sonda para alimentação forçada. No caso da gengivite-estomatite, anti-inflamatórios podem gerar alívio e conforto. Se o animal estiver com os dentes muito sujos, a profilaxia oral é muito importante. Às vezes, é preciso fazer até extração dentária. Além disso, é importante fazer a nebulização, um tratamento muito eficaz que ajuda a descongestionar as vias e melhorar a respiração do animal.

Para a prevenção, a vacinação é a melhor opção. As vacinas múltiplas são as mais indicadas. O ideal é fazer a primeira dose com 8 semanas de idade, a segunda dose com 12 semanas, a terceira dose com 16 semanas e reforços anuais. Isso se aplica tanto para gatos jovens quanto para os que já são adultos. E vale lembrar que a aglomeração e o estresse podem ser evitados, assim como deixar o gato à vontade para evitar a contração de doenças.

Fonte: Calicivirus Felino | Dica Veterinária #37 por Daniel Pinho