Pular para o conteúdo

Neuralgia do Trigêmeo: Descubra a pior dor do mundo.

Você tem ideia de qual seria a pior dor do mundo? Difícil dizer, né? Mas Tatiana, de São Paulo, tem e mandou um vídeo pedindo uma reportagem sobre esse assunto.

No vídeo, ela estuda e explica sobre uma doença pouquíssimo conhecida, mas extremamente cruel: a Neuralgia do Trigêmeo. Essa doença causa uma dor considerada pela medicina como a pior do mundo e gostaria de ver uma matéria sobre ela no Fantástico.

O nervo trigêmeo fica no rosto e é responsável pelos movimentos da face. Quem tem essa doença, como Tatiana, sente dor até quando tenta pentear o cabelo e escovar os dentes. É difícil imaginar como é viver com essa dor constante.

Vendo essa imagem da artesã Tatiana pintando uma tela, a gente fica com a impressão de que ela vive uma rotina tranquila e serena, mas é só impressão. O pequeno diário da Tatiana não tem paz. “Segunda-feira, 3h30 da manhã, eu acabei de acordar, tocou um choque nessa região aqui do rosto”, desabafa ela.

Há sete anos convivendo com dor, Tatiana sofre com a pior dor do mundo. “Eu vou tentar começar a trabalhar nessa noite, achei que chovia, uma crise com essa parte toda aqui, assim, sente muito dolorido. A escala que ela pulou de zero a dez é descrita como a dor mais forte possível, imaginável que existe no ser humano.”

Neuralgia do Trigêmeo.

A Neuralgia do Trigêmeo é uma doença que afeta o quinto nervo craniano, chamado de gênio. Ele se divide em três ramos: o mandibular, o oftálmico e o maxilar. A dor surge quando trigêmeo é afetado por uma artéria ou um tumor que acabam comprimindo o nervo.

Nos momentos de crise, a pessoa sente um choque, e a dor pode se espalhar por várias partes do rosto, como a testa, olhos, nariz, ouvidos, maxilar e lábios.

“Você consegue descrever essa dor como ela é?”, pergunta o jornalista. “Um choque, o choque três segundos, só que depois do choque fica uma dor. Às vezes eu estou dormindo, eu sou acordado, pulo na cama com os choques. Um simples abraço, tão comum em alguém, abraçar, se encostar, um beijo. São coisas comuns a todo mundo, mas que pra mim é que o pentear os cabelos, escovar os dentes, lavar os cabelos, você não consegue fazer”, explica Tatiana.

Tatiana passou a tomar anticonvulsivos e antiepiléticos todos os dias, mas não foi suficiente. Então, recorreu à cirurgia.

“Eu fiz a primeira resumir o que é um procedimento com o balão. Eles fazem um furinho nessa região do rosto e inserem um cateter mais ou menos até aqui. Esse cateter leva um balãozinho na ponta. Quando chega em cima da ramificação, o balão é inflado e faz uma compressão. Foi como se tivesse tirado a pressão”, explica Tatiana.

Foram cinco cirurgias, mas a dor sempre voltava. Outra chance era uma operação mais delicada. Nesse procedimento, que é o mais indicado para a cura da doença, o médico abre o crânio do paciente e faz a descompressão da artéria principal causa do problema, ou a retirada do tumor, se houver, que está pressionando o nervo. Em seguida, ele é isolado com uma espécie de teflon que faz com que o trigêmeo pare de receber choque. É a cirurgia aberta, que, na verdade, é a descompressão neurovascular.

Em julho do ano passado, Tatiana fez a cirurgia, mas ela não deu certo. Desde que acordou na UTI, sente o choque. “O método mais eficaz de tratar a neuralgia é a cirurgia, mas eu tenho seus percalços também”, alerta o professor especialista no assunto.

Fernanda que mora no Paraná teve destino diferente. As dores do trigêmeo começaram em 2009. “Era como se estivessem dando um pincelada no meu rosto. No começo, eu gritava, chorava, olho cerrado”, conta Fernanda.

Primeiro, ela teve um problema dentário, que passou a ser um estresse. “Eu comecei com uma dose pequena por dia e foi aumentando, aumentando. Então, entrou outro remédio para controlar a dor, mas a dor era tanta que eu cheguei a tomar dez comprimidos por dia”, descreve.

O médico já tinha falado sobre cirurgia, mas é uma cirurgia muito arriscada. “Eu só não queria viver mais daquele jeito”, diz Fernanda.

Faz um ano que Fernanda se livrou da dor. Ela é outra pessoa agora: “Eu era uma pessoa que não tinha vontade de viver e de hoje é Fernanda que se diverte com os amigos, que viaja. É uma nova Fernanda, outra vida”.

Tatiana ainda continua na luta. O sofrimento vai além da dor física. “Eu sou julgada porque as pessoas não acreditam na doença. Quem disse que eu posso te inteiro na cama é a dor. A doença é cruel e a dor é ampliada pela descrença, julgamento das pessoas. O computador que a gente tem é pior do mundo, com certeza. O único sonho que eu tenho é voltar a ter uma vida normal”, finaliza ela.

Fonte: Pior dor mundo: Neuralgia do Trigêmeo por TATIANA COLLEDAN – Neuralgia do Trigêmeo