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Neuralgia do Trigêmeo: a dor mais intensa e seus tratamentos possíveis (título otimizado para SEO)


Imagine uma dor aguda, muito forte composta de pontadas, choques ou espasmos na região da face, à altura da mandíbula, maxilar e órbita. Ela tem duração de segundos, mas com repetições ao longo do dia, sendo capaz de levar o indivíduo ao desespero. Imaginou? Pois é, esse é o sintoma da Neuralgia do Trigêmeo, classificada como uma das dores mais violentas que um ser humano pode sentir. De difícil diagnóstico, ela costuma ser confundida com problemas dentários, levando mais de 90% das pessoas a sofrerem por anos sem o tratamento adequado.
A Neuralgia do Trigêmeo é uma entidade nova lógica, uma doença que se caracteriza fundamentalmente por uma dor no rosto, na face, sempre de um dos lados. É uma dor de curta duração e fortíssima intensidade. O quinto nervo craniano, que é o nervo trigêmeo, é responsável pela sensibilidade da face, do rosto, não só na sua porção superficial por fora, mas por dentro também. Estão os dentes, gengiva, a mucosa da boca, os lábios, a córnea. Tudo isso é energizado e a gente percebe a sensibilidade por causa do nível do trigêmeo. Ele tem três ramos: o ramo de distribuição que vai para a região do olho e da testa, que é o chamado ramo oficialmente o 1ª divisão do trigêmeo; tem um segundo ramo que pega a região onde está o maxilar e o ramo terceiro do trigêmeo pega lábio inferior e essa região. E é só até aqui na cabeça.
Pessoas com 60 anos, próximo de 60 ou mais, é o mais comum. Afeta aproximadamente 435 pessoas em cada 100 mil habitantes por ano e tem uma prevalência – o predomínio – para o sexo feminino. O melhor é dizer que ainda ela merece uma confirmação mais clássica, mas isso em 95% dos casos.
Muitas pessoas costumam apresentar dor que pega lá uma na arcada inferior, marcada superior e o primeiro profissional que ela procura é um profissional do dentista, odontólogo. Esse padrão de dor, quando muito frequente, faz o paciente sofrer de tamanha magnitude que está descrito na literatura que até tentativa de suicídio, se não tratados, eles podem levar a isso.
A Neuralgia do Trigêmeo afeta profundamente a vida de Dona Iracema. A dor a impediu de viajar e fazer coisas do cotidiano como exercício, escovar os dentes e até mesmo pentear os cabelos. “A primeira vez que eu sentia aquele choque forte e eu a dor, daí começaram as dores, se intensificaram também”, contou. “Então eu fui no neurologista e então descobri que era no nervo trigêmeo. Essa dor é terrível, então vai minando a gente e por mais que eu quisesse assim, aparecer, levar uma vida normal, tudo, mas com essas dores…”
A doença tem difícil diagnóstico, mas uma vez diagnosticada, a Neuralgia contempla o tratamento inicial com medicações, que costumam oferecer alívio das crises por algum tempo. No entanto, quando os medicamentos não surtem mais efeito, ou quando os efeitos adversos inviabilizam a administração dos mesmos, alguns procedimentos cirúrgicos são indicados.
Existem ainda várias técnicas usadas e algumas são ambulatoriais, que eu chamo de técnicas percutâneas, em que o paciente se deita no hospital e três, quatro horas depois, volta para casa já com o procedimento feito. Tem técnica que envolve uma cirurgia aberta e que ele vai permanecer não só um primeiroas primeiras 24 horas numa UTI após a cirurgia, mas vai permanecer no mínimo três dias dentro do hospital. Essa técnica que eu estou falando que é aberta, chamada cirurgia descompressiva, procura abrindo aqui na parte posterior do crânio do lado que tem a dor, é uma abertura pequena. O cirurgião ele vai separar a artéria do nervo e deixa como se fosse um travesseiro de uma substância inerte, como a teflon, por exemplo, é muito utilizado. E aí fica um apoio isolando a artéria do nervo trigêmeo.
A outra técnica que também é similar na chance de voltar e também na efetividade é a técnica em que se faz uma lesão, só que agora com eletrodo e chegando no ramo acometido, você faz uma lesão térmica por calor gerada por radiofrequência. Chama-se Lesão por Radiofrequência do Trigêmeo.
A técnica que é a preferência da equipe médica é a grande, que é a técnica popularmente conhecida como técnica do balãozinho. É a técnica que usa um cateter Fogarty que tem na ponta dele um balão e ele é insuflado em faixas. Lá o trabalho que tem que fazer que é neutralizar as áreas que estão tendo. Nós chamamos esse tumor que cresce lá, uma “bag” ou bolsa. E a cirurgia, elas têm eficácia idêntica àquela primeira que eu falei, que abrir o crânio, e tem uma margem de da doença voltar igual, também, que é mais ou menos 30 e 35% dos casos, pode um dia a dor voltar e se voltar tem que fazer de novo procedimento.
As grandes diferenças são: a primeira tem risco de vida, é pequeno, mas tem essa recidiva e preserva a sensibilidade do rosto, da face. Essa segunda não tem descrição de mortalidade na literatura pelo procedimento em si, mas ela altera a sensibilidade do rosto, é assim em toda face, durante algumas semanas. Tudo isso se resolve espontaneamente em 80% dos casos em até dois meses. Então, embora haja uma alteração na sensibilidade, 80% é resolvido em dois meses depois do procedimento.
O tratamento de Dona Iracema foi um sucesso e hoje ela leva uma vida normal e sem dores. “E eu não tive dúvida, ele me passou muita confiança, assim né. Explicou como seria feito o procedimento. Eu não tive dúvida, fui. Então vamos marcar a cirurgia em uma semana, marquei, fiz a cirurgia, foi o caminho a minha paz. A minha felicidade viu? A dor do trigêmeo…”
A Neuralgia do Trigêmeo tem um diagnóstico na verdade simples, porque é o paciente, independente do grau de cultura, dizer para o profissional que tem uma dor que vem de repente, que é muito forte, que pega uma parte da face, nunca as duas faces, e que tem uma curta duração, é muito forte. Diante dessas circunstâncias, sabendo do diagnóstico, é procurar um profissional na área da neurologia ou neurocirurgia, que também conheça essa identidade.
Então, nessas circunstâncias, procurar um neurologista ou neurocirurgião que também conheça essa identidade.
Fonte: Vídeorreportagem Neuralgia do Trigêmeo: a pior dor que uma pessoa pode sentir por Dr. Claudio Corrêa