Lei garante que laudo de autismo seja vitalício

Olá, eu sou Tiago Lopes, doutor em psicologia especialista em autismo e desenvolvimento infantil. Hoje vamos falar sobre uma lei que está saindo agora e que ajuda os indivíduos com autismo, pois ela deixa claro que não existe ex-autista nos dias de hoje.

Eu fui comprar um remédio para TDAH para os meus dois meninos, que ambos têm autismo e TDAH. Recebi o diagnóstico e a indicação para compra da medicação e fui fazer a compra da medicação. O pessoal da farmácia exigiu um laudo junto, tudo bem, apresentei o laudo junto, mas o cara falou que precisava de uma declaração para deixar claro que esse laudo ainda era válido.

Tive que falar com o médico novamente para ele emitir uma declaração para conseguir comprar a medicação para TDAH na farmácia. E isso não faz o menor sentido. A gente tem que ficar provando toda hora, indo no médico toda hora para emitir um novo laudo de autismo para emitir um novo laudo de TDAH. Vai aprovar que o indivíduo continua tendo aquela condição.

Projeto prevê que laudos de autismo têm uma validade indeterminada, pois é uma condição genética do neurodesenvolvimento e que é para a vida toda. Existem pessoas com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) que entram em plena remissão, mas até onde eu saiba, não existem pessoas com autismo que deixaram de ter a condição.

Está sendo proposto o projeto de lei 2352/2022 apresentado pela Senadora Ivete da Silveira do MDB de Santa Catarina para garantir que seja considerado vitalício o laudo de autismo. Isso ocorre porque submeter-se à reavaliação periódica é demorada e traz uma certa insegurança e profundo desconforto para os autistas. Muitas vezes, quebra de rotina, ter que ir a médicos muitas vezes causam muita escalada às crianças com autismo.

Para o plano de saúde para o tratamento, também para o acesso ao benefício de prestação continuada, viagens com crianças com autismo como acompanhante delas. É importante que eu tenha um diagnóstico vitalício.

E aí eu já consigo acesso ao meu benefício. Mas o que acontece hoje em dia? Toda vez que vou viajar, busco o médico, preencho o documento, faço a reserva, recebo autorização da Companhia Aérea e tenho que comprar. É uma super burocracia. O que precisa ser feito é reconhecer que é vitalício e que a pessoa já está considerada com pessoa com autismo.

Muitas vezes, famílias brigam também porque não conseguem o reembolso de tratamentos que estão contemplados na lei diretamente pelo plano de saúde. Está melhorando, mas muitas famílias têm seu serviço negado.

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