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Tudo o que você precisa saber sobre hidrocefalia


Saudações a todos! Meu nome é Réus, médico radiologista, e neste vídeo destinado a profissionais da área de saúde e estudantes, vamos apresentar aqui estas imagens.
Trata-se de uma ressonância magnética do crânio, sequências T2 e FLAIR no plano axial. Observe que a sequência T2 apresenta o branco do líquido, e a sequência FLAIR apresenta o líquido escuro com supressão. Então, a alteração mais evidente é a dilatação acentuada dos ventrículos laterais.
Entretanto, observe que não há edema transependimário, não há edema intersticial. Isso significa que provavelmente essa hidrocefalia é crônica e está compensada.
Nestes três cortes, você observa dilatação dos ventrículos laterais, dilatação do terceiro ventrículo, aqui os corpos frontais e occipitais dos ventrículos laterais, dilatados; terceiro ventrículo dilatado. Nesse corte mais basal, temos dilatação dos corpos temporais dos ventrículos laterais e quarto ventrículo normal.
Isso é importante ressaltar: dilatação dos ventrículos laterais, dilatação do terceiro ventrículo, com o quarto ventrículo normal. Portanto, o impedimento do fluxo e código deve estar no aqueduto mesencefálico que liga o terceiro ao quarto ventrículo. Porque o líquor é produzido predominantemente nos ventrículos laterais, passa para o terceiro ventrículo e, em seguida, para o quarto.
Observe aqui, no corte coronal sequência ponderada em T2, que a dilatação dos ventrículos laterais, do terceiro ventrículo, e o quarto ventrículo normal. Portanto, a lógica nos diz que a sequência mais importante será a T2 no plano sagital. E é esta sequência que temos aqui. Esta sequência T2 temos dilatação dos ventrículos laterais com afilamento e estiramento do corpo caloso. Observe que ele ficou uma fita, é a foice inspirada de dilatação do terceiro ventrículo, aqueduto parcialmente dilatado e quarto ventrículo normal.
Observe que esta parte mais escura aqui dentro do quarto ventrículo, e aqui na região sinstral, também, ele é um artefato de fluxo. Então, o líquor apresenta o fluxo pulsátil e o fluxo do líquido. Note que dois turbospin é com o fast catch eco ele perde sinal, ele fica um pouco mais escuro. Então, isso é artefatos de fluxo.
Agora a dúvida ficou nesta região: será que há uma membrana? Será que é uma estenose? Uma membrana axial transversal obstruindo o fluxo liquórico? Faz todo sentido, mas dá para ter certeza por essa imagem? O que fazer nessa situação?
Então, aqui vai uma orientação importante para quem realiza o exame: para os técnicos, tecnólogos, biomédicos: sempre que você tiver uma hidrocefalia, principalmente na hidrocefalia supratentorial, estuda-se dilatação dos ventrículos laterais e do terceiro ventrículo, com quarto ventrículo normal. Você deve fazer uma sequência T2 volumétrica no plano sagital. Essa sequência recebe o nome de FIESTA. Se o aparelho for GE, recebe o nome de 3D. Se o aparelho for Siemens, recebe o nome de BALASE FF e DRIVE. Se o aparelho for Philips, recebe o nome de ASSET. Cada marca de aparelho dá um nome, mas é uma sequência de dois volumes métrica. E você programa o bloquinho no plano sagital médio.
E aqui está a sequência que tira dúvida. E você observa que então o terceiro ventrículo, o quarto ventrículo, e vê nitidamente que há uma membrana obstruindo aqui a passagem do líquor pelo aqueduto mesencefálico. E observe que não há artefatos de fluxo. Então, a sequência é uma sequência que usa a técnica gradiente eco. O artefato de fluxo some, ela é volumétrica, cortes milimétricos e até submilimétricos. Então, você vê nitidamente que a membrana, levando a estenose do aqueduto. A programação, então, ela é realizada em bloco de cortes volumétricos no plano sagital médio. Sendo que você tem que passar exatamente aqui pelo aqueduto de Sylvius, aqui no mesencéfalo. Aqui este é o aqueduto de Sylvius. Essa bolinha. Então, você programa exatamente em cima dele. E você vai obter então estas imagens que são muito esclarecedoras.
Aqui estão. Medula, ponte, bulbo, cerebelo. Então, as imagens são essas: são imagens de corte muito fino, volumétricos, que não deixam dúvida quanto à presença da membrana. E você vê muitos detalhes aqui. Por exemplo, está o assoalho do terceiro ventrículo. Uma das formas de tratamento é a decesso ventriculocisternostomia, onde o cirurgião faz uma abertura no assoalho do terceiro ventrículo e o líquor, em vez de trafegar aqui pelo aqueduto, ele passa a trafegar aqui pelo assoalho do terceiro ventrículo. Então, lembrar sempre de realizar essa sequência no plano sagital médio em caso de hidrocefalia supratentorial.
Então, neste vídeo, é isso. Obrigado. Até o próximo vídeo. E sugiro sempre vocês navegarem por esses três endereços eletrônicos, porque há informações importantes nesses sites.
Fonte: Hidrocefalia por Jezreel