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Tratamentos para esquizofrenia: avanços da ciência


O estudo publicado em uma revista científica encontrou mais de 120 genes associados à esquizofrenia. Para falar mais sobre essa pesquisa, entrevistamos o Dr. Pedro Panela, psiquiatra integrante do Instituto Ame Sua Mente. Segundo o Dr. Pedro, esse foi o maior estudo já publicado sobre as bases genéticas da esquizofrenia. Com quase 300 mil pessoas do mundo todo envolvidas, foi possível avaliar de forma mais precisa quais genes estão associados ao maior risco de desenvolvimento da esquizofrenia.
A técnica utilizada comparou portadores da doença a controles saudáveis, analisando o genótipo de cada indivíduo. Foi identificado um total de 20 genes específicos que agora são candidatos a novos estudos, como diagnóstico e tratamento. O estudo também mostrou que a maioria desses genes tem funções relacionadas ao desenvolvimento do cérebro e conexões sinápticas.
Esse estudo pode representar um grande avanço para o entendimento da esquizofrenia, uma doença genética e hereditária que tem fatores ambientais como gatilho para o seu desenvolvimento. A vulnerabilidade genética é identificada através de uma interação entre o risco genético e os fatores ambientais, o que gera o gatilho para o início da doença.
Embora seja uma aproximação, o estudo conseguiu desvendar cerca de 25% dessa vulnerabilidade genética. Ainda há um grande caminho a ser percorrido para entendermos completamente os fatores genéticos da esquizofrenia.
Os sintomas da esquizofrenia estão ligados ao pensamento, que começa a ficar confuso e desorganizado, e às sensopercepções, que são alteradas durante o surto psicótico. Delírios e alucinações são comuns durante essa fase, sendo a alucinação auditiva a mais comum na esquizofrenia.
O surto psicótico tem tratamento e as pessoas que sofrem com a doença não estão em constante crise. É importante que esse quadro seja adequadamente manejado para minimizar o sofrimento do paciente.
Embora haja limitações no estudo, como a representatividade da amostra da população mundial e uma maior ancestralidade europeia dos pacientes incluídos, ele representa um grande avanço para a compreensão da esquizofrenia e pode abrir caminhos para novos testes diagnósticos e tratamentos mais eficazes.
Fonte: Cientistas podem evoluir tratamentos contra a esquizofrenia por Record News