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Tratamento médico do paciente brasileiro: Uma análise


No Brasil, a maioria dos pacientes (60 a 70%) são tratados no sistema público de saúde, enquanto 30% a 40% buscam tratamento em clínicas privadas. No entanto, as coisas mudam bastante de um lugar para o outro. Por exemplo, no caso do mieloma múltiplo, há uma lógica argentina de novas drogas, algumas das quais antigas. Um exemplo é a lenalidomida, que havia um limite para o seu uso, mas que agora pode ser usada com mais flexibilidade.
Ao longo das últimas décadas, houve mudanças significativas no tratamento do mieloma. Na década de 90, o transplante de medula óssea e altas doses de quimioterapia eram comuns, mas com o tempo as novas drogas se tornaram dominantes. De fato, a sobrevida dos pacientes aumentou consideravelmente com a chegada dessas novas drogas.
Embora as coisas variem muito de uma região para outra, os centros de transplante de medula óssea são limitados no Brasil. Alguns centros têm lista de espera para transplantes, enquanto muitos pacientes precisam se deslocar para outras cidades para conseguir acesso ao tratamento. Infelizmente, isso não é um problema exclusivo do sistema público, pois mesmo pacientes em clínicas privadas às vezes enfrentam essa dificuldade.
Outra questão grave é a dificuldade de acesso à medicação. Embora haja um remédio muito utilizado no Brasil para tratamento do mieloma, nem todos conseguem acesso a ele. Isso é particularmente problemático para pacientes em recaída, para quem o tratamento é obrigatório. De fato, há casos em que os pacientes precisam comprar a medicação por conta própria, já que não conseguem acessá-la pelo sistema público ou mesmo pelo privado. Essa situação é particularmente preocupante, uma vez que a medicação em questão é amplamente utilizada em todo o mundo.
Além disso, há medicamentos que não foram aprovados pela Anvisa no Brasil, embora sejam usados em outros países. Isso leva a frustração de muitos profissionais e pacientes, que se questionam sobre os critérios da agência reguladora. Em alguns casos, a Anvisa alega falta de documentação ou eficácia, embora outros órgãos reguladores tenham aprovado a mesma medicação em questão.
Em suma, ainda há muito a ser feito no Brasil para melhorar o tratamento do mieloma múltiplo. É importante que os governos, profissionais de saúde e pacientes trabalhem juntos para identificar soluções e melhorar o acesso a tratamentos eficazes.
Fonte: Como o paciente brasileiro está sendo tratado? por TV Oncoguia