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Tratamento experimental curou paciente com câncer


O Domingo Espetacular começa agora com uma notícia que promete revolucionar o tratamento de câncer no Brasil. Pesquisadores no interior de São Paulo desenvolveram uma técnica inédita na América Latina que simplesmente fez a doença desaparecer num paciente já em fase terminal.
O homem de 64 anos tinha linfoma, um tipo de câncer que afeta as células de defesa do organismo, e nenhum tratamento funcionava mais. Agora, um mês depois de começar essa terapia experimental, o paciente não precisa mais tomar remédios para a dor e teve alta do hospital.
Porém, essa técnica é algo que começou nos Estados Unidos com o uso das células PK. É importante ressaltar que esse método foi adaptado por cientistas brasileiros em um centro de pesquisa que funciona dentro da universidade pública, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo.
O centro de terapia celular, onde foi desenvolvida a técnica, é ligado ao Hospital das Clínicas da USP em Ribeirão Preto. Cerca de 20 cientistas da universidade trabalham nesse projeto, financiado com recursos da Fapesp e do CNPq, fundos públicos de pesquisa. Isso significa que o tratamento bem-sucedido no caso do paciente pode se expandir para outros através do sistema único de saúde, o SUS.
O tratamento bemsucedido que está salvando a vida de Roberto pode se expandir para outros pacientes através do sistema único de saúde o SUS. Isso representa um avanço científico e social, uma vez que está sendo feito dentro da área pública. Além disso, também pode representar um avanço econômico, pois o tratamento que será disponibilizado lá fora por preços exorbitantes aqui será oferecido a preços muito baixos, muito inferiores.
O doutor Renato explica que tudo se baseia na reprogramação do sistema de defesa do próprio paciente. São células naturais do sistema de defesa que, depois de modificadas, retornam ao corpo do paciente e continuam saudáveis, mas agora com uma nova capacidade, ou seja, eliminar tumores. As células T modificadas, chamada de celular T car, são multiplicadas bilhões de vezes em laboratório antes de receber as células reprogramadas. O paciente toma medicamentos imunossupressores para aniquilar o sistema de defesa que já não funciona. Assim, o novo exército de defesa transferido para o paciente poderá agir sem interferência.
O tratamento funciona assim: primeiro, os médicos coletam o sangue do paciente com um aparelho especial que filtra a mostra para separar as células de defesa. Depois, em laboratório, os pesquisadores fazem uma manipulação genética para inserir um DNA especial na célula. Assim, ela desenvolve um receptor específico para identificar as células do câncer que devem ser atacadas. A célula T car modificada então é multiplicada bilhões de vezes em laboratório antes de receber as células reprogramadas.
Esse tratamento é utilizado nos Estados Unidos, na Europa, na China e no Japão, e inclusive deu um Nobel de medicina no ano passado a um pesquisador norte-americano e outro japonês. Porém, é um tratamento caríssimo, custando o equivalente a quatro milhões de reais por paciente, portanto, só é acessível a poucas pessoas.
O uso das células T car ainda é um tipo de tratamento que os médicos chamam de passivo, liberado apenas para pacientes que não conseguiram bons resultados com nenhum outro medicamento, falta a aprovação definitiva pelas autoridades de saúde no Brasil.
O centro de pesquisa em Ribeirão Preto avisa que, por enquanto, tem capacidade para atender um ou dois pacientes por mês. Com essa técnica, os recursos que foram investidos até aqui só investiram resíduo de monta simples desde 2001 que vem acontecendo, mas chegamos ao ponto. Agora, temos que ampliar essa experiência, eventualmente transferir essa espécie para outros centros para poder produzir uma quantidade bem maior. A ideia é que a gente possa caminhar desenvolvendo e mantendo esse tratamento o maior número possível de pacientes e então a gente terá condições de diante de um corpo de dados e experiência, poder pedir registro de licenças para o Ministério da Saúde para que possa ser incorporado no sistema de saúde.
O uso das células T car continua sendo um tipo de tratamento que os médicos chamam de passivo apenas para pacientes que não conseguiram bons resultados em nenhum outro medicamento. Entretanto, essa técnica pode representar a tão sonhada cura para o câncer no futuro.
Fonte: Paciente com câncer recebe tratamento experimental e se livra da doença por Domingo Espetacular