Pular para o conteúdo

Tratamento de refluxo em bebês sem medicamentos: dicas de gastroenterologista pediátrico


Olá pessoal, sou o gastropediatra Charles Angeli. Hoje vou falar sobre o manejo não medicamentoso do refluxo gastroesofágico em bebês.
É importante diferenciar os bebês que têm refluxo fisiológico daqueles que têm a doença do refluxo gastroesofágico. Para saber mais sobre as diferenças, assista aos meus vídeos que deixarei no final deste texto.
Por aqui, vamos falar sobre algumas mudanças de hábitos que podem ajudar no manejo do refluxo em bebês sem a necessidade de medicamentos. Primeiro, sempre troque a fralda antes de o bebê mamar e mantenha-o elevado após a alimentação até arrotar. Evite roupas apertadas e fumo passivo. O tabaco relaxa o esfíncter esofágico inferior, podendo aumentar o refluxo.
Além disso, é possível fazer um manejo dietético, reduzindo a quantidade de leite e aumentando a frequência de alimentações. Para bebês que utilizam fórmulas, existem opções com espessantes. Essas fórmulas engrossam ao entrar em contato com o ácido do estômago e podem ajudar a diminuir os episódios de regurgitação.
Importante lembrar que as fórmulas não tratam o refluxo, sendo necessário tratamento medicamentoso para bebês com a doença do refluxo gastroesofágico e sintomas de esofagite.
Outra mudança de hábito importante é a postura. A posição recomendada pela Sociedade Brasileira de Pediatria para evitar o refluxo é em decúbito dorsal, ou seja, com a barriga para cima. Não se deve deixar o bebê dormir de barriga para baixo devido ao risco de morte súbita infantil.
Cuidado também ao colocar o bebê no carro após a alimentação, evitando compressão abdominal que pode resultar em vômitos e aumenta o risco de aspiração.
Vale lembrar que bebês que ganham peso satisfatório, desenvolvem-se normalmente, dormem bem, mamam bem e não têm sintomas de azia ou engasgos, apresentam apenas uma regurgitação fisiológica.
Por fim, é importante destacar que o vômito em jato nunca é normal e pode ser indicativo de estenose hipertrófica do piloro ou alergia ao leite de vaca. A estenose hipertrófica do piloro é tratada por meio de cirurgia, enquanto a alergia ao leite de vaca demanda a dieta de exclusão do leite de vaca pela mãe que amamenta. Para saber mais sobre como fazer essa dieta corretamente, de modo a evitar erros diagnósticos e de manejo, confira meu ebook disponível em meu site.
Espero que essas dicas possam ajudar no manejo não medicamentoso do refluxo gastroesofágico em bebês. Caso precise de uma consulta, disponibilizo atendimento online em meu site. Aproveite para conferir meus vídeos sobre o assunto e se inscrever em meu canal.
Fonte: QUAL TRATAMENTO PARA REFLUXO EM BEBÊS SEM REMÉDIOS ? GASTROPEDIATRA EXPLICA . por Gastropediatra Charles Angeli