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Toracostomia: risco de vida em caso de trauma grave


Então, o paciente do caso clínico apresenta um hemopneumotórax devido a um trauma de queda de moto há dois dias. Ele tem 35 anos, é do sexo masculino e referiu dor no tórax esquerdo, além de auscultação com abaulamento e abolição do murmúrio vesicular também no lado esquerdo.
Após uma radiografia de tórax, o diagnóstico do pneumotórax foi confirmado. O pulmão esquerdo está comprometido, não apresentando parênquima pulmonar. O paciente corre riscos sérios, como o de entrar em choque hemorrágico ou ter uma insuficiência respiratória. Por isso, é essencial avaliar sua hemodinâmica e HP, além de planejar o tratamento para ele.
Outra radiografia em perfil confirmou o derrame pleural do paciente. É importante destacar que a radiografia de tórax deve sempre ser realizada em duas incidências – PA e perfil para se obter mais informações a respeito do quadro clínico.
O professor Daniel Calixto, radiologista de referência na comunidade R10, conseguiu ver além na radiografia e notou que o paciente apresenta um pneumotórax de grandes proporções, o que é extremamente perigoso e pode levar a um pneumotórax hipertensivo. Ele trouxe a observação de que a digestão pode desviar o mediastino, que é uma estrutura importante para o bombeamento do sangue. Esse problema pode causar um choque obstrutivo e prejudicar a vida do paciente.
Em vista disso, a melhor opção de tratamento para esse caso é fazer uma toracostomia com um dreno de tórax calibroso. O local da incisão deve ser no quinto espaço intercostal em linha axilar média. É importante avaliar a taxa de drenagem do paciente e, se ele drenar mais de 1,5 litros de volume de sangue, deve ser indicada uma transfusão sanguínea. É possível ainda recuperar o sangue retirado da toracostomia através do céu saver, que filtra impurezas e devolve o sangue ao paciente.
Algumas lições importantes para se aprender com esse caso são que, em situações de trauma, um pneumotórax maior que 30% deve ser tratado por meio de drenagem torácica. Em caso de hemotórax, a toracostomia é a melhor opção, além de se monitorar a taxa de drenagem do paciente. É preciso que o médico ou médica avalie bem o caso e saiba diferenciar entre toracocentese e toracostomia. E, por fim, é essencial dar atenção às técnicas de diagnóstico, como a radiografia de tórax em duas incidências e a tomografia computadorizada de tórax.
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Fonte: Toracostomia: trauma GRAVE com risco de VIDA ao paciente! | Caso clínico Comunidade R10 por Thiago C Amorim