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Testosterona e estatinas: o que sabemos

Testosterona e estatinas: o que sabemos até o momento

Olá, meus amigos e minhas amigas! Meu nome é Mar Santos e sou médico cardiologista. É um grande prazer estar aqui com vocês mais uma vez.

Hoje vou falar brevemente acerca da testosterona. Então, tá, brevemente: a testosterona foi estudada em várias metanálises e pacientes com ipo ou nadismo (ou seja, homens que secretam pouca testosterona) podem sim se beneficiar da terapia de reposição hormonal com testosterona. E isso não tem nada a ver com aqueles que fazem academia ou atletas que tentam fazer suplementação para ter um aprimoramento competitivo e ganhar massa muscular. A testosterona pode sim, com segurança (claro que isso feito por médico, evidentemente, com as mensurações plasmáticas de testosterona num homem com um déficit de testosterona e disfunção erétil – né – acima de 50 anos. Normalmente, 40% dos homens vão apresentar um grau de disfunção erétil e aí o tratamento muitas vezes pode ajudar, inclusive reduzindo o risco cardiovascular.

Essa é a primeira questão. A outra é que eu tenho um livro a respeito, mas com muita muita insistência, que diz respeito a que as estatinas – porque elas impedem a síntese de colesterol no fígado – impedem a emissão de uma enzima chamada HMG-CoA redutase. Elas poderiam então diminuir o colesterol que a matriz dos hormônios esteróides precisa. Não é o colesterol que faz o hormônio, mas sim a testosterona. Isso foi já estudado e demonstra-se em um ensaio de esfinge intermediária que de fato, como você reduz a matriz, não o colesterol, tende um pouco a diminuir a testosterona. Mas isso não foi bem demonstrado. Só que qual a implicação clínica disso, né? O estudo chamado JUPITER – Justification for the Use of Statins in Prevention: an Intervention Trial Evaluating Rosuvastatin – destruiu e destruiu o outro estudou, entre outras coisas, esta situação e mostrou exatamente o contrário naqueles pacientes que tomavam rosuvastatina: tinham 11% a menos de disfunção erétil do que aqueles que não tomavam rosuvastatina. No novo filme tem uma meta análise avaliando esta situação também. Isso porque o aparente efeito redutor da testosterona é sobreposto em muito pelos efeitos protetores das estatinas com a ação sobre a parede do vaso, diminuindo o risco de aterosclerose e promovendo até algum grau pequeno, mas de valor, de melhora na função erétil. Inclusive as estatinas podem reduzir um pouquinho, minimamente, a pressão arterial. Não é algo muito citado, mas é possível.

Então respondendo à questão: as estatinas não levam a disfunção erétil. Aqueles que se preocupam com esse fato, é hora de esquecer isso. Tá bom? Pelo menos não há nenhuma demonstração até o momento, cientificamente válida. Um abraço!
Fonte
Estatinas prejudicam função sexual ? por Evidências Médicas por Dr. Edmar Santos