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Substâncias presentes na Coca-Cola podem causar câncer, alerta pesquisa.

A fórmula da Coca-Cola: os perigos por trás da bebida mais famosa do mundo

Muito se discute sobre os segredos da fórmula da Coca-Cola, que é guardada a sete chaves pela empresa. No entanto, pesquisas recentes indicam que algumas substâncias presentes na bebida podem até mesmo provocar câncer. Além disso, falhas no processo de fabricação podem ter provocado danos irreversíveis em quem consumiu uma bebida há 13 anos.

Andar é difícil e trabalhar impossível. A intoxicação por veneno de rato deixou sequelas definitivas nos músculos de Wilson, que sofrem espasmos a todo momento. Ele tem movimentos involuntários e não sabe a hora em que irá cair, se com a frente ou com as costas. Isso já aconteceu várias vezes na rua. Algumas vezes, ele consegue se segurar, mas se emociona ao falar do momento em que teve a boca, esôfago e estômago queimados por Coca-Cola.

Wilson sobrevive, em parte, graças à ajuda de três amigos e seu advogado, que não o abandonaram. Ele comprou um pacote de seis garrafas e não conseguiu tomar um gole sequer, tamanho era o efeito corrosivo da bebida. Só desceu metade do gole, que ele cuspiu imediatamente. Depois, sentiu um gosto de sangue, e o médico diagnosticou a intoxicação exógena.

No dia seguinte, um funcionário da Coca-Cola esteve em sua casa e levou duas garrafas, que a empresa afirmou terem sido destruídas. Outras garrafas foram encaminhadas à justiça, mas Wilson guardou uma em segredo. Esta garrafa, guardada com muito cuidado, possui uma tabela de rato, que comprova a contaminação. Os pelos grossos aparecem logo à primeira vista. É difícil identificar o volume maior, mas basta girar a embalagem e o contorno fica claro: orelhas e focinho. A possibilidade de violação da embalagem foi descartada pela perícia do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, pois o lacre industrial estava intacto.

Wilson diz nunca ter recebido apoio da empresa. Ele quer, em primeiro lugar, uma educação para reparação. Cresceu em dança, prática que pode ajudá-lo a superar as sequelas da intoxicação: “Eu nunca fui um cidadão que quer ser bilionário. Eu só quero minha vida de volta”.

O Ministério Público tentou fechar a fábrica de onde saíram as garrafas, mas a justiça não aceitou. Já o processo de Wilson contra a Coca-Cola ainda não tem decisão. As falhas no processo de fabricação preocupam tanto quanto os efeitos do uso da bebida. Foi detectada uma quantidade exagerada do corante caramelo da idade 4-methylbenzophenone, que é o remédio que dá cor e também dá sabor para a bebida. Este produto, em maior quantidade, já foi considerado como potencialmente cancerígeno.

O corante caramelo 4, por exemplo, usado para dar esta coloração, está relacionado a câncer de pulmão, esôfago e sangue. Os brasileiros têm um motivo a mais para se preocuparem, pois o mesmo refrigerante vendido aqui tem 67 vezes mais caramelo 4 do que a Coca-Cola vendida na Califórnia, nos Estados Unidos. Lá, a redução da substância cancerígena foi imposta por lei, como consequência de pesquisa do Centro pela Ciência de Interesse Público. O diretor, Michael Jackson, explica que o corante deveria ser retirado pela indústria no Rio de Janeiro, pois representa uma ameaça à saúde.

O governo liberal e destrói câmera permite que as letras pequenininhas não informem ao consumidor a quantidade de caramelo 4 presente na fórmula. No mínimo, deveria haver algum tipo de alerta em relação ao risco de desenvolver câncer caso a quantidade seja excedida. Mas com certeza, se lá fora os produtos têm menor quantidade, aqui no Brasil deveria ser produzido em menor quantidade também.

A Coca-Cola do Brasil informou que o uso do corante caramelo 4 segue critérios definidos pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e que a quantidade não indica risco à saúde. Quanto ao caso de Wilson, a empresa disse que respeita os prazos determinados pela justiça e que o processo de fabricação segue rigorosos padrões de qualidade.

Fonte: Pesquisa: substâncias presentes na Coca-Coca podem até causar câncer por Jornal da Record