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Riscos de reoperação de câncer de tireoide com esvaziamento cervical.

Reoperarou a segunda cirurgia no pescoço ou segunda cirurgia da tireóide

Nesse vídeo vamos falar sobre a reoperação ou segunda cirurgia no pescoço ou segunda cirurgia da tireoide. Esse tema foi sugerido pela Paloma. Ela fez uma pergunta ao lado.

Primeiro, quero agradecer e parabenizar pelo Canal. Obrigado, Paloma. Espero estar ajudando no seu tratamento. Ela me perguntou: “Quais são os possíveis riscos de uma segunda cirurgia?”

Então, primeiro, quais são as indicações da primeira cirurgia? Nós fazemos a cirurgia da tireoide. Os principais motivos são câncer de tireoide. A cirurgia da tireoide é o principal tratamento do câncer de tireoide, seja lá qual for o tipo. E outro motivo é o bócio volumoso. Então, a paciente que tem uma tireoide muito grande, o principal tratamento é remover.

Nessas duas indicações é que você opera novamente. No câncer de tireoide, é possível sim ter que operar, mas não tanto pela tireoide. Hoje foi removido completamente a tireoide, você não vai mais alterar a tireoide de novo porque ela já foi removida. Mas nós chamamos de esvaziamento cervical que é feita quando esse câncer volta nos linfonodos do pescoço. Isso pode acontecer ainda em conta que a tireoide estava lá. Então, a doença já tinha saído da tireoide e ela para os famosos nódulos. Nesse caso, você faz a tireoidectomia mais os esvaziamentos cervical em um tempo só ou isso pode ser feito depois.

Então, tirou a sua tireoide, anos depois apareceu um caroço e fez os esvaziamentos cervical. Essa é uma situação de segunda cirurgia, o esvaziamento cervical. Outra situação de segunda cirurgia seria após uma cirurgia parcial da tireoide. Então, o câncer estava só de um lado ou um bócio apenas de um lado. Foi removido apenas a metade da tireoide e sobrou a outra metade. Nesses casos de cirurgia parcial, quando você vai operar o outro lado também é um tipo de segunda cirurgia. A totalização, tirando a metade, depois você vai totalizar.

Quando a segunda cirurgia é um esvaziamento cervical em uma área que já foi mexida não existe um risco maior de ter complicações. Você está entrando em um local que já foi mexido, o nervo da voz, o nervo laríngeo recorrente, ele já foi dissecado para tireoide, já foram destacadas, e você vai manipular novamente aquela região para remover essa gordura que contém os linfonodos, a gordura pré-traqueal e para-traqueal no caso dessa cirurgia, chamada esvaziamento cervical, para ter um maior controle do câncer.

Então, essa segunda cirurgia é mais arriscada do que a primeira porque o que já foi mexido pode estar com anatomia muito diferente ou pode ter fibrose ao redor. Quando você começa a mexer ali, fica desvascularizado e perde a função, como as paratireóides, até o próprio nervo. Aumenta a chance de ter queda do cálcio nesse tipo de segunda cirurgia.

O outro tipo de segunda cirurgia que eu falei é na totalização. Se você operou um lado e essa segunda cirurgia vai ser em um lado que não foi mexido ainda. Todo o restante da tireoide está lá. Essa segunda cirurgia não tem um risco aumentado. É uma cirurgia até melhor do que a primeira porque quando você faz uma totalização, o primeiro lado já se recuperou, o nervo já voltou a funcionar, as paratireóides também já voltaram a funcionar.

Em geral, essa segunda cirurgia é tranquila. A totalização é o único ponto que deve sempre ser levado em consideração, seja quando é esvaziamento seja com a totalização parcial. Antes de operar o paciente, precisa ter a voz avaliada através do exame de laringoscopia porque você precisa confirmar que os dois nervos estão funcionando, principalmente o que vai ser operado.

Às vezes, o paciente tem paralisia de prega vocal. Pode até ter uma paralisia aqui e a voz está ótima e nem percebe que tem paralisia da prega vocal. E na hora da cirurgia, se um lado estava paralisado e você danificou o outro lado, pode ocorrer paralisia bilateral de prega vocal. Isso pode ocasionar a necessidade de ter que fazer uma traqueostomia, usar aquele aparelho para respirar pelo menos ali durante as primeiras semanas, primeiros dias ou primeira semana, enquanto uma das paratireóides volta a funcionar.

Esse risco existe, mas depende muito de cada caso. É por isso que a segunda cirurgia precisa ter uma indicação muito precisa. Você não vai operar de graça só porque tem uma suspeita leve, algo que pode ser um possível câncer muito pequeno. O ideal é que, por exemplo, o paciente que fez a tireoidectomia total, se houve uma suspeita de metástase linfonodal, esse linfonodo seja biopsiado, seja usada a tireoglobulina para confirmar que aquilo é uma recidiva. Não é toda a recidiva, todo linfonodo com comentários que a gente já opera de imediato. Quando é algo muito pequeno, você pode acompanhar com o exame de ultrassom. E realmente, quando vê que aquilo está progredindo, quando está crescendo, como aparece em outras lesões, nesses casos a melhor conduta é tirar e correr o risco dessa cirurgia, mas para o benefício e você fica livre do câncer, aumenta as chances de cura.

Nessa segunda cirurgia, ela precisa ter uma indicação muito precisa. O ideal é ter uma consulta com um cirurgião para que você possa avaliar o seu caso específico e saber os riscos envolvidos.

Então, espero que tenha ficado claro. Os riscos sempre devem ser avaliados em consulta com cirurgião. Não adianta você assistir um vídeo meu e ficar muito assustado. Aqui não é o objetivo, mas sim trazer a informação justamente da dúvida sobre operar novamente.

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Fonte: Quais os riscos quando precisa operar de novo o câncer de tireoide? Esvaziamento cervical por Dr Jônatas Catunda – Cirurgia de cabeça e pescoço