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Resposta imunológica contra bactérias: entenda como funciona.


Resposta imune contra bactérias de vida extracelular
Um pré-requisito para essa aula é conhecimento prévio de imunologia humana geral. Lembrando que a resposta imune inata é a primeira barreira física, como a integridade da pele e das mucosas. Uma vez rompida essa barreira, ocorre a penetração de micro-organismos, como as bactérias, que podem começar a proliferar nos tecidos.
A bactéria presente no tecido, ou seja, que tem um antígeno dessas bactérias nos tecidos, como LPS de gram negativas ou lipopolissacarídeo, já vai ativar o sistema complemento, que é a nossa primeira linha de defesa. A ativação ocorrerá pela via alternativa. Um dos componentes que serão ativados e que sofre lise é o C3, originando C3a e C3b. Na sequência de ativação do sistema complemento, chega-se na via comum, que existe o componente C5, originando C5a e C5b.
Com a ativação do sistema complemento, vamos destacar nesse momento a ação desses mediadores químicos chamados C3a e C5a. Eles são considerados anafilatoxinas porque eles vão agir sobre mastócitos, que vão degranular, liberando um outro mediador químico da inflamação chamado histamina. Qual é o efeito da histamina? Ela provoca nos vasos o aumento de sua permeabilidade e no endotélio, que é o epitélio que reveste os vasos, o aumento da expressão das moléculas de adesão.
Então, temos aqui o endotélio, aqui o aparelho do vaso sanguíneo e aqui, dentro do vaso sanguíneo, onde está o sangue. E aqui, a nossa primeira célula de defesa que vai chegar no foco de infecção, que é o neutrófilo. Ele vai então se aderir com aquelas moléculas de adesão do endotélio. E ele vai fazer a passagem do vaso para o tecido, num processo chamado de diapedese. No tecido, ele vai seguir o trajeto dos C3a e C5a que foram liberados em grande quantidade perto das bactérias. Esse processo é chamado de quimiotaxia. Quando uma substância química direciona o movimento celular, existe aqui um gradiente de concentração. Quanto mais perto das bactérias, que é onde o sistema complemento foi ativado, mais C3a, mais C5a. Quanto mais longe, menos C3a, menos C5a. Então, o neutrófilo segue esse gradiente de concentração, da onde tem menos para onde está mais concentrado.
Ele está chegando perto das bactérias, e ele realiza fagocitose, abrindo o citoplasma, essas bactérias que continuam vivas dentro do fagossoma. Essas bactérias serão mortas pela ação dos derivados tóxicos do oxigênio, que são superóxido ou O2-, peróxido de hidrogênio (H2O2) e ácido hipocloroso.
Precisamos falar também da opsonização, que é a facilitação da fagocitose. Aquele componente, aquele pequeno componente do sistema complemento, C3b, é considerado uma opsonina porque ela reveste externamente a bactéria. Essa bactéria, chamada de bactéria opsonizada, vai facilitar a vida do fagócito, lembrando que fagócito é o neutrófilo e uma célula do tecido importante, o macrófago.
É importante lembrar que a grande maioria dos linfócitos B só conseguem produzir anticorpos se eles recebem a ordem do T2. Essa ordem é feita através das citocinas que o T2 libera, que de maneira geral, serão IL-4, IL-5 e IL-6, que é a interleucina. Esse linfócito B que recebeu as citocinas do T2 vai entrar em várias mitoses, vão se sofrer várias mitoses, e acontecerá o processo de expansão clonal. Lá no final, esses linfócitos B vão se transformar em plasmócitos, que são as células produtoras de anticorpos.
Resumindo, na resposta imune contra bactérias, o que é importante é a presença de fagócitos, a presença da resposta imune humoral, porque vai ter T2, linfócitos B e a produção de anticorpos. E lembrando da presença das opsoninas.
Fonte: IMUNOLOGIA- Resposta imune contra bactérias por Antonio Canettieri