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Redução de danos e drogas: 5 perguntas.


Redução de Danos e Solidão

O que é a Redução de Danos?

A Redução de Danos é uma política de saúde que surgiu no final da década de 80 aqui no Brasil. Ela serve como um dispositivo para garantia de direitos dos usuários de substâncias e garantir os princípios do Sistema Único de Saúde, como a universalização, integralidade e equidade.

O trabalho no Redutor de Danos tem como objetivo fortalecer o vínculo com as pessoas que fazem uso de substâncias, para dessa maneira estimular o autocuidado e a reflexão sobre o uso de drogas, além de prevenir a transmissão de doenças.

O Redutor de Danos atua em relação ao uso de drogas, costumando ir aos locais que as pessoas fazem uso de substâncias. Por exemplo, em uma cracolândia, os redutores de danos podem ir lá fazer um trabalho distribuindo piteiras para as pessoas não compartilharem o cachimbo ou distribuindo água para as pessoas se hidratarem.

Em um contexto de festas, há um estande de informação sobre as substâncias e um estande de cuidado com as pessoas que têm algum ataque de pânico ou alguma outra questão que ela passa mal. Nos serviços, como o Centro de Atenção Psicossocial – CAPS de Álcool e Drogas, também têm redutores de danos.

Para que serve?

A ideia da Redução de Danos é ir até o usuário e discutir com ele a relação que estabeleceu com a substância, se vinculando aos usuários para poder falar de um tema que muitas vezes é difícil: o consumo de substâncias, principalmente as ilícitas.

A Redução de Danos funciona com todo tipo de droga, legal e ilegal, servindo para lidar com a hipocrisia em relação ao consumo de drogas, desde o consumo de álcool até o consumo de drogas ilícitas, como maconha, cocaína e crack.

Quando um médico indica um calmante para uma pessoa, muitas vezes, existe um tempo que essa pessoa necessita dessa medicação e pode acontecer, por exemplo, com o Rivotril e outros medicamentos prescritos, que a pessoa desenvolva uma dependência. O objetivo da Redução de Danos é lidar com esse consumo, com a relação que a pessoa estabelece com a substância. Por exemplo, quando é sugerido da pessoa tomar água intercalando com o consumo de álcool, isso é uma estratégia de Redução de Danos, um conjunto de estratégias para diminuir os danos associados ao consumo.

Tratamento

A Redução de Danos é um tipo de tratamento que compõe o tratamento de que maneira? Ela tem uma lógica de cuidado pautada na autonomia do indivíduo, na liberdade e no direito de escolher de que maneira quer se tratar. Dessa maneira, a Redução de Danos é um caminho dentro de qualquer tipo de tratamento que a pessoa escolha.

Se o indivíduo escolhe ficar abstinente, a Redução de Danos vai ter estratégias para que ele chegue até a abstinência. Se o indivíduo não consegue parar ou não tem vontade de parar o consumo de drogas, a Redução de Danos também vai ter estratégias para lidar com ele. Ela não é contra a abstinência, é um caminho para a abstinência, caso o indivíduo decida por isso.

Caso o indivíduo decida por isso, a Redução de Danos pode ser entendida como uma apologia ao uso de drogas. A Redução de Danos é uma apologia à verdade, porque ela discute o uso de substâncias em grande parcela da população, não só as pessoas que têm problemas decorrentes desse consumo. Grande parcela da população consome álcool, por exemplo, é uma droga lícita que tem propaganda na televisão de que maneira a gente pode usá-la. Falando sobre o álcool, dizendo as estratégias que a pessoa pode utilizar para evitar passar mal, tendo em vista que ela escolheu esse consumo. Então, intercalar água com álcool diminui ressaca, por exemplo.

A Redução de Danos é um caminho para evitar mortes, da mesma maneira que evita que as pessoas compartilhem canudos para usar cocaína, para assim não contrair doenças como hepatite ou mesmo a CST-Zaga e Vê. A Redução de Danos não chega gelo, é uma política pautada na realidade.

  • Texto escrito por um assistente virtual


Fonte: Redução de danos e drogas em 5 perguntas | Maria Angélica Comis por Drauzio Varella