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Queimaduras por águas-vivas aumentam no verão brasileiro.


No Brasil, durante o verão, ocorre um fenômeno natural que se agrava: a presença de águas-vivas nas praias. O animal é tão bonito quanto perigoso e duas regiões do nosso litoral estão em alerta este ano: sul e nordeste.
Dias ensolarados de verão trazem muita gente para a areia, porém, ao entrar no mar, o perigo aumenta. No nordeste, as águas-vivas estão por toda parte e até pescadores em alto mar têm gravado vídeos do animal. O mar quente do litoral da Paraíba é um convite para as águas-vivas e o verão é o período ideal para a reprodução delas.
O fenômeno registrado atualmente pode ter acontecido devido à mudança nas correntes marítimas e à ação dos ventos. Na praia da região metropolitana de João Pessoa, elas estão em grande número. Toda essa preocupação tem um motivo: o contato com estes animais não é nada amistoso.
Embora sejam animais maravilhosos, eles têm potencial para serem agressores e causarem mudanças no corpo humano. Eles são compostos principalmente de água e, quando estão no seco, desidratam e desaparecem.
A água-viva é uma das espécies de animais que compõe a família conhecida como cnidários. Os pescadores conhecem bem alguns tipos, como a caravela portuguesa, que tem esse nome pela semelhança com a embarcação dos descobridores europeus.
No nordeste brasileiro, as águas-vivas podem varia de tamanho, possuindo animais com dois centímetros até dois metros. Os tentáculos alcançam 40 metros de comprimento. Em 2018, uma foto que circulou pelas redes sociais mostrou uma água-viva imensa em Mangaratiba, no Rio de Janeiro.
O animal pode ser confundido com outros, mas é importante saber que a intervenção humana está alterando esse ecossistema. As toxinas deste animal são usadas não só para bater a presa, mas também para a defesa. Geralmente são uma combinação de substâncias paralisantes, neurotóxicas e destruidoras de glóbulos vermelhos.
O grau de queimadura também depende da espécie de água-viva e da região do corpo atingida. No dorso da mão, nas coxas, abdômen e no rosto são áreas mais sensíveis. Na maioria dos casos, a queimadura não tem grandes consequências, sendo que o local fica vermelho e arde, mas existem casos mais graves desde pequenas lesões e ficam só com uma vermelhidão na pele até o caso mais extremo de choque anafilático.
Os casos mais graves são poucos, sendo que entre 2000 e 2011 o Ministério da Saúde registrou 18 óbitos provocados por águas-vivas e animais semelhantes. Pessoas com alergia são mais sensíveis ao veneno do animal, como a medicação a crustáceos, por exemplo. Essas pessoas são mais suscetíveis a desenvolver um choque anafilático. Os principais sintomas são dor de cabeça, náusea, vômito e febre.
A recomendação dos guarda-vidas é sair do caminho desses animais, mas o que fazer quando eles estão por toda parte? Não é possível impedir a pessoa de entrar no mar e, em 2017, foram identificadas infestações de águas-vivas em vários lugares do Brasil. O aumento no número de águas-vivas pode causar uma queda na população de tartarugas marinhas, que são o alimento preferido desses animais.
Isso ocorre porque é comum a tartaruga confundir um saco plástico jogado no mar com uma água-viva e acabar morrendo. A mudança climática que está ocorrendo também pode ser um indicativo desse fenômeno. Segundo especialistas, a quantidade enorme de águas-vivas será um indício de que a população de tartarugas marinhas está em queda.
Embora o aumento no número de águas-vivas não represente uma ameaça ao ser humano, é preciso ter cuidado na hora de entrar no mar. O tratamento de uma queimadura de água-viva é simples: lavar com água gelada ou outro que seja água salgada e, posteriormente, passar protetor solar para reduzir o efeito do veneno.
Fonte: Aumenta número de queimaduras por águas-vivas durante o verão brasileiro por Domingo Espetacular