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Quando remover a vesícula: Indicações e procedimentos – Dicas do Dr. Fabio Atui


Meu amigo, doutor Fábio, é comum eu, como clínico, solicitar ultrassom paciente a paciente. Em algumas situações, como no ultra-som da vesícula biliar, me deparo com uma situação muito interessante. O paciente pode apresentar a vesícula normal com a presença de um cálculo de aproximadamente 1 a 1 e meio centímetro de diâmetro. Esses pacientes às vezes são jovens ou idosos, diabéticos, hipertensos, e apresentam outras doenças acopladas. Quer saber se o que eu faço com esse paciente é operá-lo ou deixar o cálculo na vesícula.
O doutor Fábio respondeu para mim: “Por favor, esteja bom, Salim. Grande professor Salim Helito, clínico geral e médico de extrema competência de grande amizade. Gostei da pergunta.
Nem sempre que há uma pedra na vesícula, um cálculo na vesícula biliar, existem três coisas que podem acontecer. A primeira delas, é nada pode ser que a pedra fique lá e não aconteça nada. Existem relatos de múmias encontradas no Egito que tinham pedra na vesícula que não morreram de pedra. Então é uma coisa que pode ficar lá e não causar nada. Existe a possibilidade, porém, dessa pedra impactar, ou seja, obstruir a vesícula biliar e causar uma colecistite aguda. É um quadro importante, um quadro de abdome agudo inflamatório, pode ter pus, pode ter que ter que operar de emergência, num quadro que pode dar dor de cabeça pra gente.
Existe também a possibilidade dessa pedra se fragmentar. Ela pode ser pequenininha, se fragmenta, desce pelo duto da vesícula e impede a drenagem da vesícula biliar e, ao mesmo tempo, entope a drenagem do pâncreas que tem uma área comum para a drenagem, tanto do pâncreas quanto da vesícula biliar. E com isso causar uma pancreatite aguda biliar, que aí sim é um quadro mais grave, é um caso mais dramático que pode até levar o paciente a consequências graves.
O risco dessas complicações acontecerem existe, mas existe também o risco da cirurgia. Então o que a gente tem que fazer nessas situações é botar uma balança. O risco de ter uma complicação da cirurgia contra o risco de ter uma complicação do cálculo da vesícula biliar e pesar qual seria o risco maior.
Eu posso dar um exemplo para você. Minha mãe, Dona Zoraide, aqui é sua paciente, Salim. Ela tem 75 anos. Ela tem lá seus problemas decorrente da idade dela, Thiago Lacerda. Ela tem uma pedra na vesícula. Salim, eu não retirei a pedra na vesícula da minha mãe porque eu considero que, neste momento, o risco da cirurgia é maior do que o risco dessa pedra. A dor de cabeça para gente não alteraria a pedra na vesícula da minha mãe. Não estou dizendo que não possa acontecer uma complicação relacionada à pedra na vesícula da minha mãe, pode, mas eu considero que vale a pena aguentar esse risco para evitar uma cirurgia no caso dela na idade dela com as condições dela. Então, deve ser avaliado caso a caso, mas de modo geral, pessoas jovens e saudáveis tendem a ser operadas. A verdade é que a cirurgia feita é bastante simples, é feita através de quatro furinhos e o resultado é muito bom, é muito rápido e a recuperação é muito boa. A gente tem uma tendência maior de operar. A gente tem uma tendência menor de operar quando um paciente é mais grave, um paciente é mais velho, um paciente que tem outras comorbidades, ou seja, outras doenças associadas. A gente vai pesar caso a caso. Acho que foi uma boa pergunta, porque muita gente tem essa dúvida. Muito obrigado, Salim. Participar do meu blog. Fique de olho na saúde.
Fonte: Quando é preciso retirar a vesícula – Por Dr. Fabio Atui – 26/10/2015 por Fabio Atui