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Prevenção da eclâmpsia: um mal que pode ser evitado

Mortalidade Materna: Como Prevenir e Tratar

Hoje falaremos sobre um tema muito importante, a mortalidade materna. Consideramos mortalidade materna todos os óbitos que acontecem durante a gestação, o parto e até 42 dias pós-parto. As principais causas são a hipertensão, hemorragia, infecções e o aborto provocado. Não tem que mais de 90% dessas causas são consideradas evitáveis

O índice de mortalidade materna no Brasil ainda é um dos piores do mundo. Gira em torno de 65 óbitos de mães para cada 100 mil nascidos vivos, muito distante do que preconiza a ONU, a organização das Nações Unidas, que a meta é de 30 óbitos maternos para cada 100 mil nascidos vivos até 2030 conforme os objetivos do desenvolvimento sustentável.

A hipertensão é a principal intercorrência que acontece durante o pré-natal. Nos pacientes acima de 35 anos, prevalece a hipertensão arterial crônica e nas pacientes primeigestos (primeira gestação) e nas adolescentes, prevalece a hipertensão específica da gravidez, também conhecida como pré eclâmpsia.

A pré-eclâmpsia é uma alteração que pode ser diagnosticada no pré-natal e, se atuarmos precocemente, evitamos o desenvolvimento da forma mais grave que traz inúmeras complicações para a mãe e para o bebê. A pré-eclâmpsia é uma forma hipertensiva exclusiva da gestação. A paciente que tinha uma pressão normal ao engravidar têm uma elevação dos níveis da pressão arterial. Terminada a gestação, o problema desaparece.

A pré-eclampsia comete oito e meio milhões de mulheres em todo o mundo e é responsável por até 15% dos partos prematuros. O diagnóstico é feito a partir das gesi, uma semana e, em especial, no terceiro trimestre. E se caracteriza pelo aumento da pressão arterial com perda de proteína na urina acima de 300 miligramas nós 24 horas.

O desenvolvimento da forma grave que é a eclâmpsia se caracteriza pela presença de convulsões. As convulsões acontecem porque, devido ao pico hipertensivo, diminui o fluxo sanguíneo cerebral na gestante.

Não conhecemos a causa exata da pré-eclâmpsia, mas sabemos que é necessário a presença de placenta, mesmo sem a presença do feto. Provavelmente, trata-se de uma resposta imunológica. Quando a doença se estabelece, proteínas caem na circulação materna e isso desencadeia uma resposta imunológica na gestante. Os a parede dos vasos sanguíneos sofre uma agressão, aumentando a constrição e a permeabilidade vascular, e, com isso, ao aumento da dos níveis pressóricos da gestante.

Os fatores de risco são: primigesta (primeira gestação), extremos reprodutivos (as pacientes abaixo dos 18 anos e as pacientes acima dos 35), hipertensão arterial crônica (que pode estar associada com a hipertensão específica da gravidez), história familiar ou história pessoal de pré-eclâmpsia prévia, gestação gemelar e outras como diabetes e o lúpus.

A pré-eclampsia pode ser assintomática, ou seja, você pode não apresentar nenhum sintoma e mesmo assim, ao aumento dos níveis pressóricos na gestante. Usamos basicamente o mesmo conceito de hipertensão da paciente não gestante, então níveis maiores ou iguais a 14 por 9 já indicam um aumento da pressão.

Os sintomas são: edema ou inchaço de mãos, pés e face, ao aumento importante do peso corpóreo ou uma urina espumosa, que pode indicar presença de proteínas na urina. Todos esses sintomas podem fechar o diagnóstico clínico de pré-eclâmpsia.

Para que a pré-eclâmpsia seja considerada a eclâmpsia, tem que haver a convulsão, o que aumenta e muito os riscos para a mãe e para o bebê. Na eclâmpsia, a paciente pode sentir dores fortes de cabeça, alteração visual com perda momentânea da visão, visão turva ou sensibilidade à luz, dores de estômago, náuseas, vômitos e até falta de ar, evoluindo para convulsão ou entrando diretamente em coma.

O diagnóstico da pré-eclampsia é feito baseado no aumento dos níveis pressóricos, na história da paciente, nos sintomas e nos resultados dos exames laboratoriais. Quando temos uma alteração no exame de urina com a presença de proteínas, já estamos falando de um estágio mais avançado da doença.

Para diagnosticar a eclâmpsia, uma paciente com hipertensão e edema sofre convulsões tônico-crônicas ou já chega desacordada em coma ao hospital.

O único maneira de prevenir que a pré eclâmpsia evolua para eclâmpsia é um pré-natal criterioso e, notem como é mais frequente o aparecimento ou a piora da pré-eclampsia no oitavo e nono mês de gestação. É importante a gestante saber que não existe alta do pré-natal até o nascimento do bebê.

O tratamento da pré-eclâmpsia leve baseia-se em repouso, controle rigoroso dos níveis arteriais de pressão arterial e redução do excesso de sal. Medicamentos anti-hipertensivos serão prescritos a critério do seu médico pré-natalista.

Nos casos de eclampsia, exige-se internação hospitalar, anti-hipertensivos e anticonvulsionantes. É necessário a retirada imediata do bebê.

Sabemos que a cura da pré-eclampsia só ocorre com a retirada da placenta.

Recomendações para evitar a Pré-eclâmpsia:

  • Toda mulher que pretende a maternidade deve procurar o seu médico ginecologista antes mesmo de engravidar para fazer seus exames de rotina e iniciar o ácido fólico, tão importante na prevenção dos defeitos do tubo neural do bebê.
  • Faça o seu pré-natal criteriosamente e siga rigorosamente as orientações do seu médico pré-natalista. Lembre-se, a hipertensão é uma doença insidiosa e pode ser assintomática. Com o descuido, uma pré-eclampsia leve pode evoluir para a forma mais grave, o que aumenta e muito as intercorrências para a mãe e para o bebê.
  • Evite o excesso de peso, o excesso de sal, faça exercícios físicos, evite o tabagismo, álcool, drogas.

Com essas recomendações, podemos evitar as complicações da pré-eclâmpsia.

Fonte: Eclâmpsia, um mal evitável por Sua Saúde na Rede