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Pedra nos rins na gravidez: prevenção e cuidados para garantir a saúde do bebê

Olá gente, meu nome é Lucas Felipe Gomes e sou médico urologista da cidade de Concórdia, no estado de Santa Catarina. Nesse vídeo, vamos falar sobre como deve ser o manejo e a conduta em pacientes gestantes que estejam sofrendo de pedra nos rins.

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Muitas mães que estão gestando e que possuem cálculos renais apresentam cólicas renais, e essa situação pode ser agravada pelas alterações fisiológicas que acontecem ao longo da gravidez. O peristaltismo e a dilatação do ureter ficam mais dificultados e o ureter também pode ficar mais inchado por conta do crescimento fetal. Essas condições, por si só, já favorecem a formação de cálculos ao longo da gestação.

Porém, como a gestação é um quadro todo especial e cercado de todos os cuidados, o manejo deve ser avaliado individualmente para cada paciente gestante. Uma boa notícia é que 65% dos cálculos que incomodam as mães conseguem ser eliminados de maneira espontânea. Na grande maioria dos casos, o tratamento é conservador.

No entanto, se a paciente estiver apresentando um quadro sério de infecção urinária, se o funcionamento dos rins estiver prejudicado ou se ocorrer uma piora da gestação, como um quadro de eclampsia pré-eclampsia, que é o aumento da pressão do sangue por conta de uma complicação decorrente da presença do cálculo, deve-se realizar um tratamento, muitas vezes cirúrgico, para resolver o problema da paciente.

Deve-se esperar pelo menos o segundo trimestre da gestação e deve-se levar de maneira conservadora, observando critérios como o funcionamento dos rins e a presença de infecção urinária, até que essa mãe atinja o segundo trimestre da gestação, a fim de minimizar as possíveis complicações decorrentes disso.

Deve-se sempre optar pelo tratamento menos invasivo, que ofereça a menor possibilidade de causar um trabalho de parto prematuro ou até mesmo o risco de um aborto espontâneo. O tratamento de escolha para pacientes gestantes que estão sofrendo de pedra nos rins e que necessitam de um procedimento para aliviar isso é a colocação de um cateter duplo J. Esse cateter é colocado através de dois buracos que temos no nosso corpo, através dos orifícios naturais que temos. Um cateter vai desde a bexiga até o rim, e esse cateter vai promover a drenagem do rim. Esse cateter pode ficar de seis a oito semanas na paciente, sendo que depois desse tempo deve-se promover a sua troca a fim de que não ocorra a sua calcificação dentro do ureter dessa gestante.

Depois que a paciente tem o seu bebê, é feito o tratamento definitivo a fim de retirar este cálculo que está trancando, e ao mesmo tempo já é retirado esse cateter duplo J, a fim de resolver de uma vez por todas a situação dessa nossa paciente.

Deve-se sempre evitar na gestante a utilização de exames que têm radiação ionizante, como o raio X, pelos riscos que essa radiação pode causar no feto.

Nós devemos sempre conversar com essa mãe, individualizar cada situação a fim de que, em conjunto com essa paciente, possamos estabelecer a melhor alternativa terapêutica para propiciar uma gestação segura sem prejuízos para o feto e sem prejuízo significativo para essa nossa mãe.

Gostaria de agradecer a todos. Inscreva-se no meu canal do Youtube, “Toque do Urologista”, e compartilhe esse vídeo. Deixem suas dúvidas, críticas, sugestões. Um forte abraço. Fiquem com Deus e até o nosso próximo vídeo.

Fonte: Pedra nos rins na gravidez: como não colocar a vida do seu bebê em risco!!! por Toque de Urologista