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Omeprazol aumenta risco de câncer gástrico – Dicas de Saúde

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Os pesquisadores reuniram cerca de 60 mil pessoas com prescrições muito longas de medicamentos antiácidos para gastrite. Cerca de 40% das pessoas no mundo têm ou tiveram gastrite. Omeprazol faz parte de uma classe de remédios chamada CPI, que é um inibidor de bomba de prótons. Eles são os melhores remédios que existem para conseguir diminuir a produção de ácido gástrico no estômago. Se houver uma produção excessiva, você começará a ter os sintomas de gastrite.

Hoje em dia, existem outros medicamentos que fazem mais ou menos a mesma coisa, mas eles têm mais efeitos colaterais e são menos eficientes. É por isso que remédios como o Omeprazol fazem tanto sucesso. Eles chegaram a ser o remédio mais vendido do mundo no final dos anos 90.

No entanto, associava-se o uso prolongado deste remédio com o surgimento de câncer de estômago. Havia uma questão: esses estudos não conseguiram descartar a possibilidade de que esse risco maior de câncer fosse devido à presença de uma bactéria conhecida como H. pylori. Esses estudos não davam para dizer se o problema do câncer tinha a ver com uma bactéria ou se tinha a ver com o remédio.

Os pesquisadores pegaram as mais de 60 mil pessoas e trataram todas elas com antibióticos específicos para tratar a H. pylori. Então, o grupo foi dividido em dois e ambos os grupos ficaram nove anos tomando remédios antiácidos. Um grupo ficou tomando remédios com o mesmo mecanismo do Omeprazol, enquanto o outro tomou anti-histamínico H2, que é outro tipo de remédio mais comum antes do Omeprazol.

Eles foram acompanhando a saúde dessas pessoas por nove anos e, no final do estudo, apenas 153 pessoas tinham desenvolvido câncer, o que é uma quantidade pequena de pessoas comparado ao mesmo estudo. Quando analisaram essas pessoas, o fator de risco mais importante que encontraram foi o uso do Omeprazol. A conclusão deles foi que o uso do Omeprazol pode estar associado a um risco duas vezes e meia maior de desenvolver câncer de estômago.

Este estudo foi estatístico e, portanto, é importante lembrar que correlação não é causa. Agora, a gente já falou sobre a causa. Este estudo tem algumas outras limitações, por exemplo, como era todo focado em números, uma das coisas que eles não levaram em conta foi o histórico de dia a dia das pessoas, principalmente com relação ao consumo de álcool e cigarro.

Precisamos de novos estudos que investiguem a parte mais biológica dessa relação e conseguiam levar em conta todo o show da vida da pessoa. Aí sim, definiremos o que causa e o que não causa o câncer.

Fonte: Omeprazol dobra risco de câncer no estômago – SUPERNOVAS por Superinteressante