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Libertação de brasileiras injustamente presas por tráfico de drogas na Alemanha


Duas mulheres Goianas foram detidas por engano no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha, no dia 5 de março, por terem as etiquetas das malas trocadas no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em ação de uma quadrilha de traficantes de drogas. Jeane Pauline e Kate viajavam para Berlim e foram detidas quando faziam escala em Frankfurt. As etiquetas atreladas aos seus bilhetes foram retiradas por funcionários numa área interna e colocadas em outras duas malas com 40 kg de cocaína. A ação resultou em prisão e traumas para as passageiras, que acabaram sendo soltas apenas hoje.
De acordo com Leonardo Freire, um advogado especialista em Direito do Consumidor, as passageiras podem pleitear na justiça indenização da companhia aérea Latam pelos danos morais e materiais sofridos. O advogado explicou que os danos morais são aqueles decorrentes do trauma propriamente dito causado pela prisão ilegal, abalo psicológico decorrente do encarceramento e pela repercussão do fato nas suas vidas pessoais e profissionais. Já os danos materiais advém de todos os prejuízos financeiros concretos, como o tempo que elas ficaram sem trabalhar, o pagamento de passagem, hospedagem, transporte, passes de treino, ingressos em atrações e outros gastos que foram feitos e que as consumidoras não puderam usufruir.
Segundo a irmã de Kátia, Lorena Bahia, as passageiras foram expostas a um grande sofrimento. Nos três primeiros dias, elas ficaram presas em uma cela, cada uma em uma sala separada. Receberam apenas pão e água como alimentação, não tiveram acesso aos seus agasalhos e nem foram fornecidas cobertas para elas. Quando chegaram à Alemanha, a temperatura era muito baixa, e elas não puderam usar seus agasalhos. Elas foram privadas de sono, alimentação e medicamentos que Kátia faz uso contínuo para tratamento de uma aneurisma, ansiedade e dor crônica.
O delegado da Polícia Federal no aeroporto de Cumbica, Felipe Lavareda, falou sobre o trabalho de combate a esse tipo de crime e ressaltou a necessidade de se melhorar os métodos de controle dentro das áreas restritas de aeroportos. A polícia federal prendeu seis pessoas envolvidas na quadrilha. A concessionária que administra o aeroporto afirmou que o manuseio das bagagens é de responsabilidade das empresas aéreas.
Ainda de acordo com a reportagem, a Latam, por meio de nota, limitou-se a dizer que acompanha o caso com a máxima prioridade e que tem colaborado com as investigações, prestando também apoio às famílias das passageiras. A empresa ressaltou que nenhum dos funcionários envolvidos pertenciam à companhia.
A situação colocou em evidência tanto o problema do tráfico de drogas quanto a falta de segurança nos aeroportos, bem como a responsabilidade das empresas aéreas no manuseio das bagagens. A situação levanta questionamentos sobre as medidas que devem ser tomadas para garantir a segurança e bem-estar dos passageiros e evitar incidentes como esse no futuro.
Fonte: Brasileiras presas injustamente por tráfico de drogas na Alemanha são soltas | LINHA DE FRENTE por Jovem Pan News