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Hemorragia cerebral: causas e diferenças entre trauma e aneurisma.


Bem, agora vou responder uma pergunta muito curiosa feita por um estudante que serve também ao paciente. Se o paciente foi ao pronto socorro em julho e lá encontrou um paciente com a história de um desmaio e na tomografia foi encontrado um sangramento, a grande dúvida dele é se isso pode acontecer. Chegando no consultório, se encontra um paciente com um sangramento e não se sabe se ele passou mal, caiu e bateu a cabeça ou se ele teve um sangramento e depois disso caiu.
Então, é aquela frase que eu falo assim: a passou mal e caiu ou caiu e depois passou mal. Ou seja, ele teve uma queda por algum outro motivo e depois disso, teve um quadro neurológico. A história clínica das coisas é mais importante. Geralmente, o paciente, quando tem um quadro de sincope, outras causas, ele se refere a uma estante, fala que começou a escurecer e isso é típico do vaso vagal. O paciente pode não comer muito tempo, estar se sentindo meio fraco e ficar tonto. Depois, ele cai e aí esse paciente é o que imagina que ele passou mal, caiu, bateu a cabeça e depois teve um sangramento.
No caso de um paciente com aneurisma cerebral ou tumores, ele geralmente fala que teve dor de cabeça antes, aquela dor de cabeça que foi incomodando até que chega um momento que ele perdeu a consciência. É claro que às vezes é difícil diferenciar com certeza se ele veio em virtude do sangramento ou se ele teve outro motivo de queda.
Tanto é que é tão comum no pronto-socorro fazer investigação para as duas coisas. Não tem muito como um paciente fazer investigação para o quadro de sincope, causa cardíaca, causa metabólica. É muito difícil um paciente chegar e dizer que desmaiou e mesmo tendo um sangramento na tomografia de uma queda de um trauma, você não pedir toda a parte laboratorial, não fazer uma avaliação cardíaca, muitas vezes eletrocardiograma, exame do outro lado cardiovascular, de hipoglicemia, de sódio, diversas coisas.
Mas às vezes, até com essa tomografia que tem um sangue, você mesmo com essa investigação, você imagina que foi um trauma. E aí, o que levou a um sangramento com uma localização típica de sangramento, é na região frontal, região temporal, na base do frontal, na base do temporal, que é uma região que eu gosto de mostrar para você entender um pouquinho, porque às vezes a gente afirma com a certeza um pouco maior dos locais que a gente tem aqui, na base do crânio, que é um local que é cheio de ganhadores também.
Quando o paciente bate o crânio, se movimenta o cérebro no crânio. Não se movimenta o cérebro se movimenta, e às vezes o cérebro bate aqui nessas ganhadoras e sangra. Por isso, quando a gente vê uma localização, já imagina que é a localização típica de um trauma, um sangramento, causa do trauma é diferente de uma hemorragia subaracnoidea quando o aneurisma rompe. Vai ter outra, vai ter o sangramento subdural. Pode ter também no trauma, mas no caso, a localização é bem diferente.
A gente sabe circulação posterior anterior, randy, sobrar. Isso ajuda a gente a diferenciar, mas é muito comum, muito, muito comum na prática da gente fazer investigação para as duas coisas. Não é incomum em um paciente com um estrangulamento. Eu vejo isso em várias ocasiões.
Acredito que seja traumático, fala assim, a princípio a investigação dos vasos é pedir uma tomografia também, uma tomografia ressonância. Às vezes, é tão bom nessa fase aguda, quando tem muito sangue, porque se não consegue ver bem as estruturas depois. Muitas vezes, o paciente, depois que o sangue absorveu, passou.
Pessoalmente gastando província, não tem um caderno ou outra lesão que sangrou assim, queda com sangramento sempre gera dúvida. Foi o trauma? Dezembro tem alguma doença de base?
O neurologista ou neurocirurgião vai fazer o procedimento que eu vou estourar e a partir daí fazer o restante da investigação.
Espero ter ajudado. Em caso de dúvida, manda mais perguntas pra gente, tá bom? Agradeço pela pergunta que foi feita por Cláudio no Instagram.
Fonte: O que pode causar uma hemorragia cerebral? Trauma ou Aneurisma Cerebral? por Julio Pereira – Neurocirurgião