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Guia completo da carbamazepina Tegretol


Olá pessoal!

Esse vídeo é sobre tudo o que você precisa saber a respeito da carbamazepina no tratamento de dores neuropáticas. Mas antes, eu gostaria de lembrar que esse canal fala sobre os principais diagnósticos e tratamentos relacionados a dores crônicas. Então, se você tem interesse sobre esse assunto, considere se inscrever. E se você gostar dessas informações, curta esse vídeo, porque isso ajuda muito o nosso trabalho.

O primeiro ponto é que a carbamazepina está disponível nas farmácias sobre a forma genérica ou o medicamento de referência chamado Tegretol. Ele é um medicamento da classe dos anticonvulsivantes. Sendo anticonvulsivante, ele tem a propriedade de estabilizar os neurônios que causam convulsão e também tem a propriedade de estabilizar alguns neurônios que causam certos tipos de dores. É isso que nós vamos falar daqui para frente.

E o que acontece é que o estímulo doloroso precisa para chegar até o cérebro caminhar em alguns neurônios. Essa transmissão do impulso de um neurônio para o outro se faz através da liberação de várias substâncias químicas dessa região, que em última instância são influenciadas por canais de íons, como canais de sódio, canais de cálcio, canais de potássio, entre outros.

A carbamazepina age fundamentalmente bloqueando os canais de sódio, mas influencia outros canais iônicos. Mas principalmente, os canais de sódio. É assim que ela faz o seu efeito estabilizador.

As apresentações mais utilizadas de comprimidos são duas. O comprimido de liberação regular normal e o comprimido de liberação cronometrada, que é de uma liberação um pouco mais lenta. A dose da carbamazepina para dores seria então de 200 até 1200 mg por dia. E funciona da seguinte forma: o comprimido de liberação normal pode ser tomado uma, duas, eventualmente três vezes ao dia. Normalmente, o comprimido de liberação lenta é tomado uma ou duas vezes ao dia.

Nós preferimos iniciar o tratamento com uma dose noturna, à noite, a fim de minimizar alguns efeitos colaterais no decorrer do dia, em especial, a sonolência. Eu vou falar sobre os efeitos colaterais um pouco mais à frente.

Quais são os pacientes que mais podem se beneficiar do uso desse tipo de medicamento, da carbamazepina? São os pacientes com dores neuropáticas do tipo choque. Dores neuropáticas podem se manifestar de diversas formas. Alguns pacientes têm dores de queimação, formigamento, um pouco mais contínuas. Para esse tipo de paciente, normalmente a pregabalina que eu já falei aqui no canal tem um efeito um pouco melhor. Mas, às vezes, em algumas doenças como a neuralgia do trigêmeo, a neuralgia do glosofaríngeo, ou alguns tipos de neuropatia diabética, eles se manifestarão com dores do tipo choque em crises. A carbamazepina costuma ter um efeito melhor quando comparada com a pregabalina.

Todo medicamento tem algumas contraindicações para fazer o seu uso e já tem pacientes que não podem usar de maneira alguma. No caso da carbamazepina, são elas a alergia ao medicamento, naturalmente; histórico de problema da medula óssea que produz as células do sangue; insuficiência no fígado – um problema grave no fígado; e algumas arritmias cardíacas.

E o outro ponto muito importante são os efeitos colaterais. Eu sou muito sincera quando eu digo que a carbamazepina é, de fato, um dos medicamentos que mais tem efeitos colaterais. É preciso ficar muito atento a eles. É claro que eu não vou falar aqui sobre a bula inteira porque na bula tem uma infinidade de efeitos colaterais. Eu vou falar aqui sobre os mais preocupantes e até os mais frequentes.

Há alguns efeitos colaterais mais graves que a gente não quer ver de jeito nenhum, como a granulocitose, que significa a diminuição abrupta da produção de células sanguíneas pela medula óssea. Pode causar uma anemia muito intensa; níveis baixos de sódio no sangue ininterrupto, o que pode causar inclusive confusão mental até convulsões; hepatotoxicidade, que significa uma lesão no fígado; e síndrome de Steven Johnson, que é uma lesão bastante grave que acontece na pele do paciente.

Toda medicação tem as suas particularidades, e eu trago aqui as mais importantes com relação à carbamazepina. Como eu disse, na seção de dose e efeitos colaterais, essa medicação pode causar então sonolência e eventualmente tontura. Então, é muito importante que pelo menos no início do tratamento, o paciente não dirija e não se coloque em risco até que se entenda como que o corpo vai reagir à medicação.

Outro ponto muito importante é a questão de gestação. A carbamazepina é classe D de dado quando a gente fala de segurança para a gestante. Isso quer dizer que ela pode causar prejuízos ao feto e não pode ser tomada durante esse período. Outra questão ainda é a amamentação. A carbamazepina também é secretada e ela passa para o leite materno. Então, também não é seguro para o bebêzinho que está amamentando.

Outra questão importante é com relação à alteração, a influência da carbamazepina na eficácia dos anticoncepcionais. Então, nós sabemos que o uso dessas medicações diminui a eficácia dos anticoncepcionais tomados pela via oral. É muito importante que se a mulher está em idade reprodutiva, ela faça uso de algum outro método contraceptivo, como por exemplo, o preservativo. A outra coisa que a carbamazepina influencia seria no resultado dos testes de gravidez. Então, se a paciente está tomando carbamazepina e recebe um diagnóstico de gravidez, é muito importante que ela converse com seu ou sua ginecologista.

Outro ponto também que todo mundo pergunta: “Doutora, posso tomar bebidas alcoólicas enquanto faço uso da carbamazepina?”. Não, não pode. Porque tanto o álcool quanto a carbamazepina podem afetar o fígado. Então, nós não queremos que esse efeito seja somado. Não queremos, em hipótese alguma, que o seu fígado possa ser prejudicado.

Fonte: Tudo sobre carbamazepina (Tegretol) por Dr. André Mansano – Tratamento da Dor