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Gripe Espanhola x Coronavírus: Semelhanças e lições históricas | #GazetaNotícias

A preocupação com o novo coronavírus é natural. Essa não é a primeira pandemia que o mundo enfrenta e é justamente a experiência com crises passadas que mostra por que é importante evitar uma proliferação ainda maior da COVID-19. O principal medo é que tenhamos uma situação crítica como a da gripe espanhola, que matou entre dois e três por cento da população do mundo. Foi a pior e mais letal epidemia desde a peste negra. Mas você conhece a história dessa doença? Como ela se compara com o que estamos vendo hoje com o coronavírus? É o que mostramos no Gazeta Notícias de hoje.

E apesar de sua escala pandêmica, a gripe espanhola atingiu com mais força a Europa. Ela surgiu no início de 1918 como uma onda relativamente leve e poucos meses depois deixou um rastro enorme de doentes e, principalmente, mortos. A estimativa é que 50 milhões de pessoas morreram por causa da gripe. Foi tanta gente que em países como os Estados Unidos a expectativa de vida da população caiu por volta de 12 anos. O vírus em questão era H1N1, o mesmo responsável pela gripe suína de 2009. A hipótese mais aceita é que ele se espalhou pela Europa durante a Primeira Guerra Mundial.

Só que os sintomas eram muito mais fortes do que os de uma gripe comum. O que começava com uma gripe convencional logo se desenvolvia para uma forte pneumonia. A diferença para o que estamos vendo hoje com o coronavírus é que a gripe espanhola ainda tinha uma forte hemorragia interna que deixava a pele escura. E enquanto o medo e as mortes se espalhavam pela Europa, o Brasil ouvia falar da gripe espanhola somente pelos jornais. Parecia uma doença distante que jamais chegaria aqui. Só que isso mudou quando um navio brasileiro foi ajudar na Primeira Guerra Mundial e, de cara, sem marinheiros morreram de uma só vez. Pouco tempo depois, um navio inglês chegou ao país e espalhou a gripe de vez. Então, ela se tornou uma epidemia.

Mesmo assim, muita gente duvidava que a gripe espanhola fosse realmente um grande risco. Afinal, era só uma gripe. Assim como hoje em dia não faltam aqueles que acham que o coronavírus é exagero, histeria, ou arma biológica dos chineses. Em 1918, não faltaram aqueles que riram do temor de uma grande epidemia ou que acusaram alguém de estar por trás daquilo tudo. Em apenas um mês, a doença já tinha atingido todas as grandes cidades do Brasil e as autoridades pediram que todos evitassem grandes aglomerações. Na época, o Rio de Janeiro foi a cidade mais afetada. Estima-se que metade da população tenha contraído a doença.

O presidente eleito da época, Rodrigues Alves, foi uma das vítimas e morreu antes mesmo de assumir o cargo. Com aumento dos casos, os hospitais não tinham mais leitos e foram fechados para visitas na tentativa de evitar novos contágios. E com medo de serem infectadas, as pessoas jogavam os cadáveres de seus familiares pelas ruas na frente das casas para serem recolhidos. Isso só piorou a situação porque passou a atrair pragas.

E é porque, assim como estamos vendo hoje por causa do coronavírus, a gripe espanhola também fez os brasileiros correrem para os mercados, investir em soluções caseiras e ver o preço de muitos produtos disparar. Além disso, mesmo com a recomendação de ficar em casa, muitas pessoas foram normalmente para o trabalho porque os patrões se negavam a pagar quem faltasse. O resultado foi que muitas pessoas se infectaram para não perderem o emprego.

A história da gripe espanhola, como vimos, é bem parecida com o que temos hoje com o novo coronavírus. Por isso é importante não repetirmos os mesmos erros. Então, fique em casa, evite aglomerações, lave as mãos e se proteja. E siga acompanhando as notícias sobre a crise do coronavírus aqui com a gente na Gazeta do Povo.

Fonte: A história da Gripe Espanhola e as semelhanças com o coronavírus | #GazetaNotícias por Gazeta do Povo