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Fratura de Fêmur em Crianças: Diagnóstico e Tratamento pelo Dr. Fernando A. Duarte



Nesta aula, vamos falar sobre a estrutura de aço do fêmur em crianças, abordando a introdução do mecanismo de trauma, diagnóstico, classificações e tratamento, considerando a idade da criança e as possíveis complicações associadas à fratura.
A fratura do fêmur em crianças é a fratura pediátrica mais comum, representando aproximadamente 11,6% de todas as fraturas em crianças. É mais comum em meninos, com uma distribuição bimodal. O primeiro pico é no início da marcha, com quedas simples, enquanto o segundo pico ocorre em adolescentes e jovens vítimas de trauma de alta energia.
O mecanismo de trauma varia de acordo com a idade da criança. Antes da idade da marcha, 80% das fraturas decorrem de abuso infantil, enquanto em crianças mais velhas a causa mais comum são traumas de alta energia, sendo 90% deles decorrentes de acidentes automobilísticos. Fraturas por estresse, embora possam ocorrer principalmente em atletas adolescentes, também têm aumentado nos últimos tempos.
O diagnóstico da fratura de fêmur é feito por meio de avaliação de deformidade, edema, dor local e examinação geral da criança. Normalmente, essas lesões de fêmur não levam à hipotensão da criança. O raio-x deve ser realizado em todo o fêmur, no quadril e nos joelhos.
A classificação das fraturas é feita em espiral, transversa, oblíqua, curta, cominuta ou fechada. O tipo de fratura mais comum em crianças é a transversa simples fechada. O tratamento é notificado de acordo com a idade da criança, lembrando sempre que o peso do paciente, as lesões associadas, o traço da fratura e fatores sócio-econômicos também devem ser considerados.
Em pacientes jovens, não infantis, devido à sua espessura normal, as fraturas normalmente são estáveis e as más formações em fêmur são raras. Caso seja necessária a redução, o tratamento nessa faixa etária é sempre um suspensório de Pave. Já em pacientes pré-escolares, o tratamento de escolha é o uso de gesso.
Para pacientes entre 5 e 11 anos de idade, as hastes intramedulares flexíveis são o tratamento mais indicado para fraturas isoladas de fêmur com menos de dois centímetros de encurtamento. Já para adolescentes, as vias bloqueadas com entradas trocanterianas são indicadas para fraturas em adolescentes próximos da maturidade.
As complicações mais frequentes nos tratamentos de fratura de fêmur em crianças são problemas do crescimento, discrepância dos membros, deformidade angular, ócio necrose que pode acontecer, união tardia, presença de placa muscular e infecção, além de lesões neuromusculares.
Resumindo, o tratamento para crianças menores de seis meses é gesso ou tração, e para crianças de seis meses a cinco anos é usada a tração mais a sela flexível ou fixadores externos. Já para crianças entre 5 e 11 anos, são indicadas as hastes intramedulares flexíveis ou placas, e para adolescentes próximos da maturidade são indicadas as vias bloqueadas com entradas trocanterianas.
Fonte: Fratura da Diáfise de Fêmur em Criança – Dr. Fernando A. Duarte por e-Ortopedia