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Escolha do melhor antidepressivo para o tratamento da depressão


É a escolha inicial do antidepressivo no tratamento da depressão que gera muita dúvida. Fique atento, esse é o assunto desse vídeo.
Olá a todos, meu nome é Fernando Fernandes, sou médico psiquiatra e palestrante. Quero conversar com vocês sobre o essencial que todos devem saber a respeito da escolha inicial do tratamento na depressão, especificamente na escolha do antidepressivo. Esse assunto gera muita confusão a ponto de algumas pessoas acharem que essa escolha é baseada unicamente na preferência do médico ou mesmo em tentativa e erro. Nada podia estar mais distante da boa prática médica. Um médico psiquiatra vai levar em conta uma série de dados e fatores objetivos para determinar qual antidepressivo é o mais indicado no tratamento inicial em cada caso. Quero conversar com vocês sobre cada um desses fatores, e no final, vou citar quatro antidepressivos considerados os mais eficazes no tratamento da depressão.
Então, fica comigo até o final, mas se você gosta dos assuntos de psiquiatria, saúde psíquica, bem-estar e comportamento, já se inscreve no canal e clica no sino para ser avisado de novos vídeos. Siga-me também nas outras redes como psiquiatra Fernando Fernandes. Para não perder nenhum conteúdo, temos o nosso grupo do WhatsApp aqui embaixo na descrição do vídeo, assim como um link para o nosso canal do Telegram. Aproveita e deixa aquele like, que é bastante importante para divulgação do canal.
Antes de tudo, é preciso deixar claro que eu vou tratar aqui de conceitos gerais, e nada do que eu disser aqui deve ser considerado uma indicação de tratamento. Aliás, nada que você ouvir nesse vídeo, nem nada que você encontrar na internet, somente o seu médico, depois de analisar uma série de variáveis que eu vou discutir com vocês agora, pode indicar o tratamento adequado para você.
Esse é o segundo de uma série de vídeos que estou fazendo sobre o tratamento da depressão. No primeiro, eu comentei sobre a indicação do tratamento psicoterápico e do tratamento medicamentoso ou da combinação entre eles. Se você quiser assistir, deixarei o link na descrição e no card aqui em cima.
Um quadro que mostra a evolução dos antidepressivos no final dos anos 50 até os anos 2000 pode ilustrar o quanto o tratamento da depressão avançou. São mais de 30 antidepressivos que já foram lançados, muitos deles ainda estão em uso atualmente. Desses 30 antidepressivos, mais de 15 são considerados medicações de primeira linha no tratamento da depressão. Isso sem contar as medicações de segunda e terceira linha.
Vamos lá para o primeiro grande fator a ser levado em conta, que é o quadro clínico ou subtipo clínico apresentado pelo paciente. Obviamente, de acordo com as características clínicas do quadro apresentado, isso pode direcionar para um antidepressivo ou outro. Se o paciente tem um subtipo depressivo-ansioso, é óbvio que a direção da escolha do antidepressivo vai para aquele que tem um efeito sobre sintomas ansiosos. Se o paciente tem um subtipo psicótico, óbvio que você vai direcionar para a associação de um antipsicótico ao antidepressivo e assim por diante para os diversos subtipos depressivos. Porém, não é só o subtipo clínico no momento que vai determinar a escolha do antidepressivo. Nós devemos levar em conta também o curso clínico ou história clínica do nosso paciente.
O segundo grande fator é o curso clínico ou história clínica do nosso paciente. Então, devemos fazer uma anamnese e pesquisar o passado do nosso paciente. Por exemplo, a escolha de um antidepressivo que teve sucesso no passado lógico que vai influenciar a escolha do antidepressivo que vamos usar agora. Um antidepressivo para o qual houve um fracasso no passado obviamente vai desestimular o uso desse antidepressivo no momento atual, mas muito cuidado a gente tem que ter nessa hora, porque às vezes um antidepressivo que teve fracasso no passado foi usado por dose inadequada e tempo inadequado. Esses são fatores que nós levamos em conta que podem influenciar a nossa decisão, mas às vezes, não vão determinar a decisão atual.
Outro fator que pode eventualmente ser levado em conta, mas com muito cuidado, é a presença de algum sintoma que mereça ser alvo do tratamento antidepressivo. Mas muito cuidado com isso, porque o tratamento da depressão sempre visa tratar globalmente o transtorno e seus múltiplos sintomas. Sintomas físicos, cognitivos, sintomas dos sentimentos e das emoções, ou outros ainda. Espera-se que tratando o transtorno, todos os sintomas melhorem. Mas pode acontecer de algum sintoma incomodar e causar prejuízo de maneira especial para o paciente. Obviamente, isso deve ser levado em conta na hora que vamos escolher o tratamento.
Outro ponto importante a ser considerado e que exige uma pesquisa detalhada é a presença de comorbidades psiquiátricas. Por exemplo, uma pessoa que apresenta a depressão, mas que também tem transtorno do pânico associado concomitantemente com a depressão, ele precisa de uma medicação que tenha uma boa ação contra a depressão, mas que também tenha uma boa ação contra o transtorno do pânico. Sintomas obsessivos são muito comuns associados à depressão. Nesse caso, a escolha de um antidepressivo que tenha um bom perfil contra sintomas obsessivos também pode ser bastante bem-vinda.
Não vamos esquecer também das comorbidades clínicas que obviamente vão influenciar a nossa decisão sobre a medicação inicial. Elas podem influenciar de duas formas. Por exemplo, na depressão, se o paciente apresenta uma síndrome dolorosa, existem antidepressivos que são bons para depressão e que são bons para síndromes dolorosas. Obviamente, uma síndrome dolorosa pode nos inclinar para a escolha de um antidepressivo para tratar as duas condições concomitantemente. Um outro modo pelo qual a comorbidade clínica pode influenciar a nossa decisão é que uma pessoa com determinada gravidade clínica pode não tolerar muito bem os efeitos colaterais do antidepressivo.
O perfil de efeitos colaterais tem que ser analisado de acordo com a pessoa que vai usar a medicação, e como eu disse no início, vou citar para vocês as quatro medicações que têm um bom perfil de eficácia no tratamento da depressão baseado nesse estudo de metanálise que é muito conhecido e muito citado: o escitalopram, a mirtazapina, a sertralina e a venlafaxina. Pelo menos três desses antidepressivos são muito usados no nosso meio e podem ser escolhidos como tratamento inicial da depressão. São conceitos gerais, apesar de ter citado o nome de algumas medicações, nunca deve ser considerado uma indicação de tratamento. O tratamento para a depressão é personalizado, levando em conta todos esses fatores que nós conversamos.
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Fonte: Melhor antidepressivo – Escolha inicial – Tratamento da depressão #2 | Psiquiatra Fernando Fernandes por Psiquiatra Fernando Fernandes