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Entendendo o NIC: o que é e como afeta o colo do útero.


Boa tarde para vocês! É muito bom estar aqui no TV Mulher novamente com vocês. Tenho recebido muitas dúvidas sobre as relações entre ferida no colo do útero, HPV e NIC no colo do útero. Por essa razão, no programa de hoje, vou explicar para vocês o que é NIC, quais os tratamentos, quando é necessário operar e quais os tipos de cirurgia.
Para isso, eu vou ter que explicar algumas particularidades sobre o HPV – o papiloma vírus humano. A infecção pelo HPV é a doença sexualmente transmissível mais comum no mundo. Em cada dez mulheres sexualmente ativas, acabam se contaminando com esse vírus em alguma fase de suas vidas. A grande maioria dessas mulheres não apresentam nenhuma lesão e também não terão câncer de colo uterino. Ou seja, a infecção se resolve espontaneamente sem que haja necessidade de tratamento.
Mas é importante também que vocês saibam que mais de 95% (em torno de 99,7%) dos cânceres de colo uterino são devidos ao HPV. Isso significa que a grande maioria das mulheres que têm HPV não vão ter câncer no colo do útero. Mas, atenção: a maior parte dos cânceres no colo do útero é ocasionada pela TV.
Diante de tudo o que eu falei, vocês devem estar se perguntando: mas como é que eu sei se eu estou com HPV? Vejam bem, o HPV se manifesta de duas formas: a forma clínica, que são as verrugas genitais, também chamadas de condiloma acuminado (que eu não vou falar no programa de hoje, porque pretendo gravar um programa sobre isso); e a forma subclínica, onde a pessoa normalmente não tem sintomas. A lesão é vista não é vista a olho nu, sendo descoberta através do exame ginecológico, Papanicolau, colposcopia, ou por teste de biologia molecular.
Então, sempre que se começa, a gente tem que começar pelo Papanicolau. Se o Papanicolau foi sugestivo de HPV, nós temos que fazer a colposcopia e se necessário, fazer biópsia.
Aqui, vocês estão vendo uma colposcopia. O médico, através de uma lente de aumento, visualiza o colo do útero e aí sim, observa lesões suspeitas. Através de uma pinça de biópsia, ele tira um pedacinho e manda para exame anatomopatológico.
Os níques se classificam em micro 1, NIC 2 e NIC 3. Isso dependendo da gravidade. Quanto maior o número, mais grave é a lesão. Ou seja, o NIC 3 é uma lesão mais grave que o NIC 1.
O tratamento do NIC 1 é constituído de seguimento através de exame de Papanicolau e colposcopia com uma certa periodicidade. Se nessses dois anos de acompanhamento, a lesão se transformar em NIC 2 ou NIC 3, aí sim deverá ser tratada.
O tratamento está indicado nos casos de NIC 1 que não regrediram espontaneamente nesse período de dois anos. O tipo de tratamento vai depender do resultado da colposcopia e se a lesão entrou no canal do colo do útero.
Agora, o tipo de tratamento vai depender de caso para caso. Eu quero deixar bem claro que a retirada do útero como tratamento de primeira escolha nos NICS é completamente inadmissível. Primeiro, vai fazer tudo que eu falei. Se não deu certo, pode virar um câncer invasor. Aí sim, não tem jeito.
Após o tratamento dos NIC 2 e NIC 3, a paciente deverá realizar exames periódicos, rotineiramente. Agora, para terminar, eu vou explicar essa figura aqui:
Desde a infecção pelo HPV até o surgimento do câncer de colo de útero, ocorre um período em torno de 10 anos onde vão surgindo as lesões no colo que, se não tratadas, poderão progredir para o câncer. Por isso, não devemos deixar de realizar os nossos exames de Papanicolau periodicamente, pois através desse exame podemos detectar as lesões precursoras do câncer de colo uterino a tempo de tratá-las.
Essa é, com certeza, a melhor prevenção contra o câncer de colo uterino. Com essas informações, eu encerro TV Mulher de hoje. Desejo a vocês uma ótima semana e não se esqueçam de cuidar bem do seu corpo, porque eu sei que é o maior instrumento.
Até o próximo TV Mulher!
Fonte: VOCÊ SABE O QUE É NIC NO COLO DO ÚTERO? por Marcia Silva