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Doenças e tratamentos da vesícula biliar – Santa Clara Responde Junho


Problemas na vesícula biliar podem ser causados por diversos fatores. Mas você sabe o que pode provocar no seu corpo? Eu sou Jefferson Alvim, cirurgião do aparelho digestivo, e neste vídeo vou falar sobre vesícula biliar e suas doenças mais comuns e quando há indicação cirúrgica.
A vesícula biliar é o órgão responsável pelo armazenamento e concentração da bile produzida pelo fígado. Ela está localizada do lado direito do abdômen, debaixo das costelas, possui a forma de uma bexiga de festa e tem capacidade de armazenar 50 ml de bile, aderindo ao fígado.
A doença mais comum é o cálculo da vesícula biliar, ocorre a litíase, acomete 20% da população e é raro em crianças e mais comum após os 40 anos de idade nos obesos, nas mulheres, principalmente após gestações prévias e com história familiar. Outros pacientes de risco são aqueles que foram submetidos à cirurgia bariátrica de by-pass e portadores de anemia hemolítica.
O sintomático é a dor abdominal em cólica no quadrante superior direito do abdômen ou no epigástrica, geralmente percebido por alimentação gordurosa, podendo estar ou não acompanhada de náuseas ou vômitos. Outras patologias incluem os pólipos, as disfunções motoras e menos frequente, o câncer de vesícula biliar.
O tratamento da colelitíase consiste na retirada da vesícula biliar por colecistectomia videolaparoscópica, que é uma cirurgia minimamente invasiva realizada sob anestesia geral. A cirurgia está indicada nos pacientes sintomáticos, desde que não tenham nenhuma contra-indicação para o procedimento. Ela é recomendada nos assintomáticos com cálculos maiores que 3 centímetros, pelo risco de câncer, e naqueles com cálculos menores de 4 milímetros que a microlitíase biliar, pelo risco de migração para o colégio e até mesmo pancreatite, assim como nos diabéticos e nos portadores de anemia hemolítica, por causa do risco de complicações.
Nas gestantes com sintomas recorrentes refratários, pode-se optar pelo tratamento cirúrgico. A melhor fase é no segundo trimestre de gestação. Os pólipos maiores que 10 milímetros ou aqueles associados a cálculo também necessitam de intervenção cirúrgica. O câncer da vesícula biliar necessita de tratamento e quando possível, a cirurgia torna-se mais complexa. A via aberta é a mais indicada.
Existe medicação para a dissolução dos cálculos, mas a resolução é baixa e recidivo é alto. A cirurgia não é simples e exige habilidade, destreza e paciência do cirurgião. Ela é de baixo risco quando realizada por profissional capacitado. A recuperação da cirurgia é relativamente rápida e a maioria retorna às suas atividades de trabalho em sete a 15 dias e a prática esportiva em 15 a 30 dias, de acordo com esforço físico. O paciente fica um dia internado e a dor no abdome é controlada com analgésicos. Alguns podem ter náuseas e vômitos no primeiro dia de pós-operatório. Às vezes pode doer o ombro direito, devido à irritação no diafragma. As cicatrizes são pequenas e o risco de infecção é mínimo. A melhora dos sintomas ocorre em 95% dos casos. Uma minoria persiste com sintomas de espectros de má gestão que não estavam relacionados com doenças na vesícula biliar. Alguns apresentam diarreia após a alimentação, principalmente gordurosa, mas quase todos melhoram após seis meses. Se os sintomas persistirem, procure seu médico para melhor tratamento.
Fonte: Santa Clara Responde de Junho – Vesícula Biliar: Doenças e Tratamentos por Hospital Santa Clara