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Desejo Sexual Compulsivo em Pacientes com Parkinson


A Sexualidade e a influência dos medicamentos para Parkinson
A sexualidade é um elemento importante na vida de todas as pessoas, independentemente da idade ou condição de saúde. No entanto, em alguns casos, certos medicamentos podem afetar o comportamento sexual de indivíduos que os utilizam. Este é especialmente o caso em pacientes que recebem agonistas dopaminérgicos, como o medicamento oral rotigotina ou o adesivo transdérmico Neupro, que podem desencadear desejos sexuais compulsivos.
Em doses baixas ou mais altas, estes medicamentos podem afetar o sistema dopaminérgico do cérebro, que está relacionado com a recompensa de comportamentos saudáveis e compulsivos. Assim, quando há uma disfunção dopaminérgica, o indivíduo pode começar a ter desejos descontrolados, como comer doces em excesso, jogar jogos patológicos ou fazer compras compulsivas.
Isso pode acontecer com pacientes de todas as idades, como um homem de 92 anos que tinha vontade de caçar mesmo após retirar os agonistas dopaminérgicos. Embora não seja uma regra, muitas vezes a hipersexualidade é uma das consequências desses medicamentos. Para contornar essa situação, é importante que o médico ajuste os medicamentos ou retire aqueles que possuem maior propensão a causar esse tipo de comportamento.
É preciso lembrar que nem sempre o desejo sexual compulsivo é uma reação a ser julgada, uma vez que muitas vezes o paciente está se sentindo renovado e com mais energia. É importante diferenciar essa reação de comportamento de uma patologia, e evitar julgamentos e culpa.
Por outro lado, é importante que o médico pergunte sobre o comportamento do paciente em relação ao uso desses medicamentos e que esteja alerta às mudanças de padrão de comportamento, que muitas vezes não são espontaneamente relatadas pelo paciente ou pela família.
Além disso, a questão da sexualidade em pacientes com Parkinson tem muito a ver com a identidade masculina, que, muitas vezes, está relacionada à questão da potência sexual. É por isso que muitas vezes, quando o paciente retoma esse aspecto da sua vida, ele se sente renovado e energizado. Isso pode gerar um conflito na parceira, que não tem mais o mesmo interesse. O papel do médico é procurar ajudar a resolver essa questão e também estar atento ao aspecto hormonal, especialmente em mulheres na menopausa e em homens com alterações da testosterona.
Em resumo, a sexualidade é um aspecto importante da saúde dos pacientes com Parkinson e pode ser afetada pelo uso de medicamentos. Cabe ao médico avaliar o padrão de comportamento do paciente, ajustar esses medicamentos e procurar ajudar a resolver questões que possam surgir na relação do paciente com sua parceira ou parceiro.
Fonte: Parkinson – Desejo Sexual Compulsivo na Doença de Parkinson por Regenerati – Dr. Willian Rezende