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Déjà vu como doença: Entenda com o neurologista Dr. Tontura.

Deja vôo, porque que acontece o mais importante, ele pode ser uma doença na cabeça. Vamos conferir, pessoal. Tudo bem, eu sou doutor Saulo, médico neurologista. Não conhece nosso canal? Não esquece de seguir, deixar um like e compartilhar com os seus amigos.

De forma geral, o déjà vu é aquela sensação estranha quando você está fazendo algo e parece que já aconteceu. Uma falsa sensação de familiaridade, uma certa certeza que aquilo já se passou, mas lá no fundo você sabe que não. Isso é novo e diferente, estranho até assustador para algumas pessoas. E aí, o que pode ser o déjà vu?

Primeiro ponto, você que está me vendo aqui, provavelmente já sentiu isso alguma vez, porque a gente já sabe que mais ou menos 97% de todas as pessoas em algum momento da vida já teve um déjà vu. Olha só, 67% das pessoas vão ter o déjà vu com uma certa frequência de vez em quando. Mas e aí, doutor, isso pode ser uma doença? Fica até o final, no final vou falar as condições que podem dar a doença na forma de déjà vu e como você saber se o déjà vu é perigoso ou se ele é normal.

Antes de falar sobre a explicação neurológica, vou entrar um pouquinho em algumas outras explicações, alguns outros olhares diferentes que a gente tem para tentar justificar o déjà vu. Por um lado mais da física quântica, já se chegou a imaginar que o déjà vu seria um vislumbre, uma antecipação de algo que está para acontecer. É como se a nossa inconsciência conseguisse enxergar a realidade antes mesmo da nossa consciência se dar conta disso. Aqui a gente está falando de um universo baseado em física quântica, não mais aquele entendimento do nosso cérebro como um computador linear, algo rígido, mas sim abrir a possibilidade de uma ideia mais avançada e mais ampla de universo e de realidade.

Será que é isso? Outro entendimento é do campo da religião. Algumas pessoas já chegaram a defender que quem sofre de déjà vu, na verdade, são pessoas que têm, por um momento breve, segundos, uma conexão diferenciada, talvez com alguma entidade divina ou com o universo divino. Então, seria algo que acontece em pessoas mais sensitivas, iluminadas, mais do bem, do ponto de vista religioso. Quem acredita nisso, seria outro ponto de vista.

A medicina também entra no sentido de tentar explicar por que o déjà vu acontece. Até porque, como vou comentar daqui a pouco, existem doenças que dão déjà vu e aí sim pode ser algo sério. Não sai daí, a gente sabe que a nossa memória é registrada em uma área do cérebro chamada lobo temporal. Essa parte do cérebro, entre outras regiões, é o que a gente já entendeu que algumas lesões, algumas doenças que acontecem nessa região geram o déjà vu. Mostrando que, na verdade, o déjà vu é um erro no caminho neurológico da lembrança.

Talvez por similaridade, alguma coisa um pouco parecida que já aconteceu no passado com aquilo que está prestes a acontecer é acionado esse caminho de algo que já aconteceu. Quando a gente começa a vivenciar algo parecido, começa a fazer uma coisa, meu cérebro entra naquela lembrança de algo similar lá de trás que aconteceu, mas que não foi aquilo. E isso me dá uma certa sensação, uma falsa sensação de familiaridade e de certeza que aquilo ali já aconteceu em algum momento e logo em seguida o cérebro apetece e avisa para não, não, não tem sentido, está diferente. Até porque a gente reconhece quando o déjà vu acontece, a gente sabe. Tem aquela sensação estranha, mas lá dentro percebe que não parece que não aconteceu. Não foi só uma sensação estranha, proteja o déjà vu não pode ser considerado algo anormal, patológico.

Ele tem que acontecer muito ou muito frequentemente ou durando por muito tempo que o usual, que o esperado que o déjà vu aconteça lá de vez em quando, uma vez a cada muitos meses, ou uma vez na vida, como falei, que é o caso de algumas pessoas, e que seja breve, poucos segundos. Pessoas que têm déjà vu muito prolongados, poxa, tive uma sensação de déjà vu que durou 20 minutos, uma hora e quarenta minutos, tem alguma coisa errada. Ou que acontece muito. Nossa, eu tenho quatre fois no dia. Tenho déjà vu todas as semanas, em falta, em algumas semanas, eu tenho mais de 135. Tem dia que acontece muito. Opa, isso pode significar alguma doença.

Primeiro, a gente vê que algumas doenças psiquiátricas facilitam o déjà vu acontecer mais e que já viu que a esquizofrenia, as pessoas que sofrem de esquizofrenia, podem ter mais déjà vu que as outras pessoas. Pessoas que sofrem de ansiedade muito ansiosas podem ter um pouco mais de de déjà vu que as outras pessoas. E aquelas pessoas que têm uma doença chamada desrealização, despersonalização, têm um vídeo aqui no canal da Maria Fernanda falando sobre o assunto. Dá uma olhadinha se você tem curiosidade. Mas aqui o déjà vu vai ser como se fosse um sintoma que pode acontecer mais dentro dessas doenças.

Agora, da parte neurológica, a gente tem duas situações que podem preocupar um pouquinho mais: enxaqueca e epilepsia. Olha só que curioso, existem algumas características atípicas que a pessoa pode ter logo antes da dor de cabeça junto do déjà vu. Então, se você sofre de muito déjà vu, pode ser que as coisas estejam conectadas. Pouco comum na enxaqueca, mas pode acontecer. O maior problema de todos aqui, a maior curiosidade do vídeo, é a epilepsia.

Se eu tenho um curto-circuito elétrico, que é a base da minha convulsão, acontecendo exatamente nessa parte do cérebro, na ponta do lobo temporal, isso pode se manifestar, para mim, numa forma de déjà vu. Costa, doutor, está falando então que déjà vu é um tipo de crise convulsiva? Exatamente isso. A gente está acostumado quando fala de convulsão lembrar daquela que só cá, desmaia, se debate, e tudo mais. Mas existem as crises focais, as crises menores, os curtos-circuitos elétricos em pequenas partes do cérebro. Quando o curto-circuito acontece nessa parte zinha de déjà vu, vai ser a convulsão que a pessoa sente. E por que a gente tem que tomar um cuidado maior?

Porque a qualquer momento esse curto-circuito eletricamente pode se espalhar por todo o cérebro e aí sim dá uma crise grande dessa do tipo que a pessoa cai, se debate, enfim. Então, déjà vu em excesso, de jogos prolongados, pode ser um sinal de alerta da crise convulsiva epilepsia. Espero que tenham gostado do vídeo!

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Fonte: Déjà vu pode ser uma doença na cabeça ? Entenda com o neurologista Dr Tontura por Neurologia e Psiquiatria