A falta de ar como sintoma da pneumonia

A pneumonia é um tipo de inflamação que afeta os pulmões e que geralmente está relacionada a uma infecção. Um dos seus sintomas mais comuns é a falta de ar. No caso da pneumonia causada pelo novo coronavírus, muitos pacientes não percebem a falta de ar e acabam procurando atendimento médico quando já estão com a taxa de oxigenação baixa, em um estágio avançado da doença.

A pneumonia viral pelo coronavírus tem algumas características que são um pouquinho diferente daquilo que estamos acostumados a lidar no dia a dia na emergência ou na pneumologia, que envolve a falta de ar. Uma grande diferença que a gente percebeu ao longo de mais de um ano atendendo e tratando pacientes com pneumonia convide é que muitas vezes eles vêm para Emergência por tosse, febre e dor de cabeça sem relatar falta de ar. E quando nós medimos a oxímetria, que é a medida da saturação de oxigênio com um aparelhinho para colocar no dedo do paciente, detectamos que esse paciente está com uma taxa de oxigenação baixa mesmo sem relatar falta de ar.

Então, paciente que tiver a oximetria reduzida é considerado, até prova em contrário, como sendo um paciente com convide grave. Qual é o nível ideal da taxa de oxigenação? Se o paciente é um paciente previamente saudável, sem nenhuma patologia, queremos para ele oximetria maior ou igual a noventa e cinco porcento. Agora, se o paciente já tem alguma comorbidade, uma comorbidade pulmonar prévia como bronquite crônica ou enfisema pulmonar, o nível de saturação aceitável é outro. Então, essa variação do valor objetivo da saturação depende também do contexto clínico do paciente.

Oxímetro é uma ferramenta importante para monitorar a oxigenação de pacientes com covid-19. Porém, o aparelho deve estar em boas condições e os resultados precisam ser interpretados corretamente e de preferência por um profissional de saúde. Muitos pacientes e famílias compraram aparelhos de oximetria para ter em casa, principalmente depois de ter um diagnóstico positivo de convide.

Um único detalhe que a gente tem que ser é que a oximetria tem variáveis. Ela tem uma margem de erro. Então, ela entra dentro de uma avaliação idealmente uma variação de saúde. Existem variáveis como a temperatura dos dedos, como o uso de esmaltes, por exemplo, existem uma série de coisas que podem atrapalhar um pouquinho aferição do oxímetro e que podem assustar o público, sem de fato significar uma oxigenação baixa.

Quais são os sintomas além da falta de ar que podem indicar um quadro grave de covid-19? A febre alta que não cede o tempo todo, acima de 38 graus, a temperatura não melhora com antitérmico em casa, uma prostração que impede o paciente de caminhar, de fazer suas atividades mínimas em casa, como tomar banho sozinho, como se alimentar, de sair da cama. A presença de dor no peito, dor torácica, dor para respirar e qualquer alteração neurológica, como confusão mental, delírio, perda de força nos membros, também são sinais de risco tanto para o cenário covide quanto não covide, o que envolve nossa preocupação com quadros cardiológicos, com quadros neurológicos e com a porta síndrome respiratória. E tudo tá dentro de um grande pacote e o convite trás como gravidade de pacientes para Emergência.

Então, essas são as orientações gerais e a falta de ar isoladamente, por vezes, ela não está presente. E por isso que a gente tem que alertar a população sobre os outros sinais ou sintomas.

Fonte: COVID-19: pneumonia, falta de ar e baixa oxigenação por COVID19 Divulgação Científica