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Cirurgia Plástica: Como evitar cicatrizes quelóides e hipertróficas.


Hoje nosso tema é cicatrização ruim. É muito comum achar que na cirurgia plástica não há cicatriz, infelizmente, isso não é verdade. Todo trauma na pele, todo corte, gera uma cicatriz. Na verdade, a qualidade dessa cicatriz varia muito de uma paciente para outra, e tem fatores controláveis e não controlados.
Dentre os fatores que podemos controlar, e que o cirurgião pode interferir nesse processo, estão: evitar infecções, o uso de técnicas adequadas para a sutura e para a realização dos pontos, o uso de fios de boa qualidade, fios específicos para cada local diferente, assim como também a ausência de tensão nessas suturas.
Existem também aqueles fatores não controlados em que não podemos fazer muita coisa, que são os fatores individuais de cada paciente. Isso tem um fator genético muito importante envolvido, tanto é que essa cicatrização ruim é conhecidamente mais comum em negros e asiáticos.
Essas cicatrizes ocorrem por um excesso de colágeno na cicatriz. Esse colágeno faz com que essa cicatriz fique elevada, muitas vezes deformada de tão grossa que fica. Esse processo de cicatrização geralmente ocorre três a quatro semanas após a cirurgia.
As cicatrizes podem ser de dois tipos, os queloides e as cicatrizes hipertróficas. Embora muitas vezes todas as cicatrizes feias e anormais sejam chamadas como quelóide, isso não é verdade, é um termo errado muitas vezes colocado pelos pacientes.
O quelóide é uma cicatriz muito mais grosseira. Muitas vezes pode coçar, pode doer e a sua característica mais importante é que ele não respeita os limites da cicatriz. O acúmulo desse colágeno é tão exagerado que ele acaba passando os limites e acaba ficando uma aparência muito mais feia do que a cicatriz hipertrófica.
Igualmente também pode coçar, pode doer, pode ficar avermelhada, mais escurecida. Mas geralmente essa cicatriz vai sumindo, vai melhorando ao longo do tempo, ao longo dos anos. Ao contrário do quelóide, que não desaparece.
O tratamento dessas cicatrizes patológicas muitas vezes se torna uma grande dificuldade para o cirurgião. Quando o paciente já sabe que possui uma cicatriz dessa já cicatrizou em algum outro local dessa maneira exagerada, tem como nós cirurgiões tentarmos controlar esse processo antes que ele ocorra.
Só quem muitas vezes o paciente está operando pela primeira vez e nem sabe da sua cicatrização. Como terapêutica para essas cicatrizes, existem fitas de silicone e a aplicação de corticoide dentro da ferida. Existe a radioterapia aberta, que é um tipo de radioterapia, com muito sucesso nesse tipo de cirurgia e de cicatrização e até mesmo a excisão dessa cicatriz.
O problema de você ressecar o quelóide ou a cicatriz hipertrófica é porque isso não garante que a próxima cicatrização virá de maneira normal. Então pode ser que você seja submetido a um novo procedimento e que ele também não resolva e acaba sendo uma cicatriz patológica novamente.
Para controlar esse processo patológico de cicatrização é extremamente importante o acompanhamento do cirurgião, que embora não tenha como adivinhar como para dizer quem é o paciente que pode desenvolver essa cicatriz ou não, ele pode acompanhar, interferir em determinadas fases desse processo.
Então lembre que depois de uma cirurgia, a sua cicatrização merece um acompanhamento do seu cirurgião. Espero ter ajudado vocês nesse vídeo e que vocês possam cada vez fazer mais perguntas e tirar suas dúvidas sobre ficar triste, que é um tema tão importante e tão perguntado por todos vocês.
Fonte: Cirurgia Plástica – Cicatrização ruim: quelóides e cicatrizes hipertróficas. por Clube da Plástica