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Ansiedade Infantil: Sintomas e Tratamentos

Agora vamos esclarecer várias dúvidas em relação ao transtorno de ansiedade infantil com a psicóloga da Áustria, Triste Canesque Badaró, especialista em terapia cognitivo-comportamental com crianças e adolescentes. Primeiramente, o que é a ansiedade infantil?

A ansiedade infantil é importante. A ansiedade é importante para o ser humano, é o nosso mecanismo de defesa frente a situações de risco. Mas quando essa ansiedade atinge níveis altos ou em situações que aparentemente não teriam risco, se torna um transtorno. O que caracteriza como transtorno é um nível de ansiedade que gera prejuízo para essa criança ou algum tipo de sofrimento nela. Pode-se caracterizar em vários tipos, como em ataque de pânico, ansiedade de separação, entre outros.

Então, seria os níveis altos de ansiedade geradores de sofrimento e prejuízo para essa criança.

Esse tipo de transtorno é o transtorno de ansiedade, que pode reduzir em qualidade, dependendo de cada caso. Desde as crianças desde muito nova, dois anos, já pode apresentar a ansiedade em níveis maiores até a vida adulta. Depende muito do cada de história familiar, dinâmica familiar e como os pais podem identificar esse transtorno em seu filho.

É mais marcado no contato social, na interação social. Os pais podem se identificar se essa presença do transtorno então, escola em casa com amigos ou irmãozinhos, a gente percebe a criança tem um certo desconforto em determinadas situações. E claro, que de acordo com a direção que o transtorno vai dar.

Sobre o tratamento do transtorno de ansiedade infantil: o tempo de duração depende da terapia cognitivo-comportamental. O tratamento se dá junto com a família, a gente tem uma orientação familiar, trabalha junto com as escolas. Então, o terapeuta vai até a escola e acompanha a criança. Na maioria das vezes, não é como é um transtorno que surge através da sensação de insegurança, de ameaça de desamparo, a gente tenta trabalhar com a criança de forma lúdica, através de histórias, jogos, brincadeiras, tenta minimizar essa sensação e expor a ela esses medos, na exposição a criança, esses medos para que ela perceba que ela consegue enfrentar, trabalhar resolução de problemas.

A criança passa em parte do dia na escola e na sala de aula, também é importante o professor saber identificar se o aluno sente esse tipo de transtorno.

Quais seriam as principais causas desse transtorno de ansiedade infantil? Ele está ligado à predisposição genética. Isso é uma predisposição, não quer dizer que necessariamente ele vai desenvolver um transtorno de ansiedade porque ele tem uma predisposição genética e características hereditárias. A dinâmica familiar também é um fator. Podemos ter transtorno de ansiedade de estado e passa. O estado é quando a pessoa está ansiosa e exageradamente está vivendo determinada situação que a princípio é saudável, mas que pode gerar prejuízos.

Sobre o uso de medicamentos: depende do caso. A gente tem casos gravíssimos que sem medicamento, a gente não consegue trabalhar até mesmo em crianças, e a gente tem casos que não é necessário, que só terapia dá conta e juntamente com atividades.

As atividades como balé, futebol, tudo isso pode contribuir para o transtorno de ansiedade na criança ou não servem como prevenção. A princípio, o exercício físico, as atividades, elas são positivas nessa operação de ansiedade, mas depende do nível da quantidade, do quanto isso está sugando a criança. Se não for prazeroso, se a criança não fizer aquilo com disposição, se sair bem, tiver o tempo dela, e aquilo estiver complementando isso, pode sim gerar mais ansiedade porque pode vir em forma de cobrança e aí muda um pouco do viés terapêutico que essas atividades seriam. Então, elas são positivas, mas quando bem administradas.

Como orientação final para os pais, professores e pessoas que lidam diariamente com crianças em relação à ansiedade infantil: observe a criança, observe porque a gente percebe a mudança. Não é tipo assim ele está fazendo isso agora, não fazia antes. O que aconteceu nesse meio caminho? Algum problema na escola que depois disso esse comportamento começou a ficar mais intenso. Precisamos observar e não subestimar muitas vezes o que acontece com a criança, como se fosse irrelevante. Percebeu que tem prejuízo nisso, a aprendizagem está comprometida, o contato social está comprometido, vamos procurar uma ajuda.

Fonte: TRANSTORNO DE ANSIEDADE INFANTIL | Psicologia | Casule saúde mental e bem-estar por Casule