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Anfetaminas: como agem na dependência química

Anfetaminas: Mecanismo de ação e efeitos no sistema nervoso central

Por Luiz Otávio Siqueira do Canal Fisiologia 3D

Na vídeo aula passada, falamos a respeito de cocaína. Vejamos que o mecanismo de ação das anfetaminas é muito similar em relação a cocaína. Nesse sentido, temos que as anfetaminas inibem a recaptação de dopamina, conforme vemos, porém, o efeito mais importante das anfetaminas é a estimulação da liberação da dopamina.

Os usuários de anfetamina utilizam essa droga uma vez que os efeitos da anfetamina estão relacionados com aumento da euforia, aumento da atividade, fala compulsiva, aumento da coragem e também aumento do estado de alerta. Nesse sentido, a anfetamina é um estimulante do sistema nervoso central. Porém, o uso crônico dessa droga está relacionado com aumento de comportamentos psicóticos, alucinações, delírios persecutórios, distúrbio de humor, comportamentos repetitivos, além de convulsões, arritmias cardíacas e, em casos mais graves, coma seguido de morte.

Os comportamentos psicóticos, alucinatórios e delírios persecutórios, distúrbio de humor e comportamentos repetitivos estão intimamente associados com comportamentos da esquizofrenia paranoide, que é uma doença psiquiátrica grave. Inclusive, esses comportamentos relacionados com o uso abusivo da anfetamina pode, confundir médicos psiquiatras experientes, caso o médico não saiba que aquele paciente faz o uso crônico e abusivo da anfetamina. O paciente pode erroneamente ser confundido e diagnosticado com esquizofrenia paranóide.

O abuso das anfetaminas leva um conjunto de sintomas e comportamentos extremamente graves e vamos ver o efeito da anfetamina no sistema nervoso central. Os estudos apontam que o uso de anfetamina está relacionado com a diminuição do número de transportadores de dopamina e também diminui o número de terminais dopaminérgicos.

Vejamos que a figura ao lado mostra dois cérebros submetidos a um exame de imaginologia. Este exame está mostrando a concentração de receptores de dopamina para o sujeito normal e em comparação com o sujeito que faz o uso crônico de cocaína. Este estudo indica que em pacientes com o uso crônico de cocaína, o número de receptores de dopamina é reduzido.

Lembrando que quanto mais amarelado, laranja e vermelho, maior é o metabolismo. Esse número reduzido de receptores de dopamina pode ocasionar ao pacientes o favorecimento para o desenvolvimento de doenças de Parkinson a longo prazo, além das sintomatologias já vistas que são ocasionadas pelo uso abusivo de anfetamina.

O êxtase é um tóxico para neurônios serotoninérgicos e isso indica que essa droga está afetando o funcionamento de neurônios que secretam e liberam o neurotransmissor chamado de serotonina. E a serotonina é um neurotransmissor relacionado com o prazer.

Dessa maneira, com a diminuição da concentração de serotonina, o paciente vai apresentar os sintomas de aumento da ansiedade, aumento da depressão e também desordem de pânico.

A ação neurológica da abstinência está relacionada com a diminuição da concentração de dopamina. Com a interrupção do uso de anfetaminas, o paciente vai apresentar disforia, que é o oposto da euforia. Vai apresentar também uma diminuição do prazer, uma diminuição da atividade e uma letargia. Esses efeitos são extremamente opostos daqueles que o usuário de anfetamina busca com o uso desta droga.

Esse conjunto de sintomas provavelmente está relacionado com o nível de dopamina no sistema nervoso central diminuindo, o que faz com que o nível de outro neurotransmissor chamado de dinorfinas aumente. Nesse sentido, ocorre um feedback negativo, ou seja, um sistema de controle onde o aumento da dinorfina está relacionado com esses sintomas apresentados na síndrome de abstinência das anfetaminas.

Espero que esse vídeo tenha sido proveitoso e que vocês tenham absorvido esses conteúdos. Fiquem atentos a respeito dos problemas relacionados com as drogas. Em breve teremos mais vídeos a este assunto. Muito obrigado por assistir e até o próximo vídeo.

Fonte: Como atuam as Anfetaminas no adicto. por Fisiologia 3D