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Alzheimer: Causas, sintomas e tratamentos.

Se você quer que eu sente no seu colo é mais bom, mãe. Eu tô pesada, e vai comer a operação.

Começou, mas parei com a roupa, né?

Você quer que eu sente no seu colo? Posso sentar, mesmo guardo eu você usar.

Eu sei ela… corado. Acho que eu não vou sentar. Não, pronto, pronto, você errado. Ó, eu não vou sentar no seu colo porque eu sou pesada, se não posso te machucar. É bom, é bom, é né.

Você não bota, não. Eu também não boto não. Mamãe, eu vou… né?

Você vai. Eu também vou. Vou junto com você. Pode ser?

Não vai ser.

E o xixi? Eu tava com tanta saudade de você. E quem quer papo comigo, não?

E aí?

Eu acho que não quero não. Tá bom, eu vou ficar quietinha, bem do seu ladinho, tá?

Eu posso cantar?

O meu limão, meu limoeiro, na casa em que morava…

Vovó, Francisco entrou na roda, tocando seu violão. De lá, seu delegado, Francisco na prisão… Ai, meu Deus do céu, valei-me. (Consegui tirar uma gargalhada?).

Já tá bom. Ó, ó… eu vou… brigou com a rosa debaixo de uma sacada. O cravo saiu ferido e agradardespedaçada. O cravo ficou doente, a rosa foi visitá-lo. O cravo não resistiu e a rosa pôs-se a chorar.

Bobona, Rosa.

Mãezinha, eu posso cantar outra?

Ah, tá bom. Só mais uma.

Dona aranha subiu pela parede. Veio a chuva e a derrubou…

Oi, André!

E aí?

E o que que você tá fazendo em cima dessa porcaria?

Não vou cantar mais, não. Posso rezar então?

Não. O que é que eu vou embora? Vou eu! Eu posso ir embora.

Então tá, gente. É melhor parar, né? Hoje não vai rolar vídeo longo. Não deixa esse pequenininho mesmo, tá? Vou deixar aqui. Nem mesmo porque ela não tá muita feia.

Ah, tá coçando o olho. Tá com coceira nos olhos, mãe.

Não voltar colírio, é recolhido. Tem que botar coelho, você ressecamento. Não botar coisa a porcaria. Não tá bom. Não bota esses troço. Bate na porta. Não tá bom. Vou botar nada. Tá, vou embora. Tchau.

Vou embora, tá? Porque eu vou lá para o quarto. Para que vai ficar quietinha, para você não ficar bravo. E eu não tava no braço. Não vai largar rápido.

Tchau, tudo bem então, né mãezinha? Tá tudo bem. Graças a Deus, né. Benza Deus, né?

Então tá bom. Eu vou lá na mão da amor. Te amo, viu? Gente, vão entender. Acabou de me dar um peteleco, mas já ta mansinha né, graças a Deus. Filho, graças a Deus. Eu gasta de baixo, e eu quero aqui a menina.

Porque é papai foi a mamãe, e o papai tabela. Então, todos os dois amor se beira. Sim, senhora.

Beijo, ó. Te amo, tá?

E aí!

Fonte: Alzheimer – Hoje ta brava. por Francisquinha Alves – O bom do Alzheimer