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Urticária: Guia completo de diagnóstico e tratamentos.

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Falar sobre as urticárias, que é uma doença cada vez mais observada nos dias de hoje. É um ajuste, caras. São caracterizados por presenças de placas avermelhadas que se espalham por todo o corpo e que podem ser muito incômodas. Elas podem estar associadas a alguns gatilhos, como por exemplo o uso de medicamentos, alguns tipos de alimentos, principalmente frutos do mar, e outros alimentos que não são comuns na alimentação, como sementes dos mais variados tipos. Mas também podem aparecer espontaneamente, sem uma causa definida.

Nós temos dois tipos de urticárias: as agudas e as crônicas. As urticárias agudas são aquelas que acontecem de vez em quando, o paciente apresenta crises esporádicas, uma ou duas vezes por ano, ou apenas uma crise durante a sua história de vida, e geralmente nós conseguimos identificar a causa e fazer com que o paciente evite aquele fator que causou o desenvolvimento da urticária. Chamados então de testes alérgicos, nestes casos são importantíssimos para identificarmos o que ledou ao aparecimento deste tipo de urticária. Em algumas situações, podemos ter casos graves onde a urticária está associada ao angioedema, que é um inchaço de partes do corpo, como face, nariz, garganta ou lábios, podendo ocorrer com obstrução de vias aéreas inferiores e causar o que nós chamamos de anafilaxia. Nesses casos mais graves, a ida ao pronto socorro é importantíssima, porque o paciente tem risco de morte, e posteriormente procurar um médico especialista em alergia e imunologia é essencial para fazermos um diagnóstico e manejo adequado.

O outro tipo de urticária são as chamadas urticárias crônicas. Estas urticárias se caracterizam por crises semanais ou até mesmo diárias, que perduram por mais do que seis semanas, com qualidade de vida comprometida. Estes pacientes têm dificuldade para estudar e trabalhar, têm dificuldade de sono, e o comprometimento é muito grande nas atividades diárias. Normalmente, não existem causas definidas neste tipo de urticária, chamada de urticária crônica espontânea. Atualmente, as pesquisas demonstram que se trata de uma reação do organismo, sem uma causa específica.

Surge agora uma dúvida: todas as urticárias têm risco de morte? São as chamadas reações anafiláticas, também conhecidas pela população como um choque anafilático. Normalmente, as lesões de pele são importantes, mas não levam a risco de óbito. Entretanto, quando temos comprometimento das vias aéreas e mais alguma outra parte do corpo, estamos diante de um quadro grave. Se eu tiver as placas de urticária associadas à tosse, rouquidão, falta de ar, ou ter um componente respiratório, esse paciente tem que ir imediatamente ao hospital para ser atendido, porque está iniciando um quadro de reação anafilática. Lesões de pele com perda de consciência e convulsões no chão também caracterizam uma reação anafilática, ou seja, o comprometimento de algum outro sistema no corpo, seja o gastrointestinal, respiratório, ou o comprometimento da boca, intestino, faringe. São situações que denotam e caracterizam o risco de óbito. No hospital, o médico vai avaliar, e essa avaliação deve ser rápida. A droga de escolha para o tratamento, para reverter essa situação, é a adrenalina. Então, saber reconhecer quando está iniciando uma ação mais grave é importante para que o paciente possa ter um resultado favorável dessas crises.

Nas urticárias agudas, nós fazemos o tratamento no período em que o indivíduo está com a doença, com anti-histamínicos e corticoides temporários, e da crise, identificamos a causa e pedimos para que ele evite aquelas moléculas, aquelas substâncias que causam as crises de urticária. Para isso, são necessários testes alérgicos adequados na pele, com a utilização dos famosos antihistamínicos de segunda geração, que não atravessam a barreira do cérebro e portanto não causam sonolência. Controlar com essas medicações.

Entretanto, em 10 a 15% dos casos, essas medicações não são suficientes e o indivíduo continua a ter crises, comprometendo sua qualidade de vida, seu trabalho, seu sono, toda a sua qualidade de vida. Alguns anos atrás, de três a quatro anos atrás, foi desenvolvida uma nova classe de medicamentos, que eu já havia falado anteriormente, que são os anticorpos monoclonais, e ocorreu o desenvolvimento de um medicamento que se chama omalizumabe, que bloqueia o anticorpo anti-IgE, que é a principal causa do desenvolvimento dessas crises de urticária. O benefício para o paciente é muito grande, já vem sendo utilizado na Europa e nos Estados Unidos há vários anos, e nós já temos bastante experiência aqui no Brasil, tendo sucesso em cerca de 87% dos casos. A utilização desse biológico, que se chama omalizumabe, é uma opção de tratamento bastante eficaz para esses pacientes.

Fonte: URTICÁRIA: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTOS. por Canal IMUNOLOGIA_ATUAL – Dr. Fernando Aarestrup