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Trigêmeo: como tratar a neuralgia e evitar choques elétricos

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Olá, meu nome é Juliana Cristã e eu sou portadora da neuralgia do trigêmeo, uma dor neuropática já considerada pela comunidade médica como uma das piores dores que o ser humano pode suportar. Ela não mata, mas é tão desesperadora que pode levar os pacientes ao suicídio.

Essa doença se apresenta predominantemente sob a forma de descargas elétricas na mandíbula e na face. Eu tenho os choques nessa região e a dor é tão forte que acabo tendo o reflexo na testa. Há pessoas que têm do lado direito, eu tenho do lado esquerdo e, em casos raros, dos dois lados.

Quando não são os choques, as dores persistem e são tão fortes que tenho a sensação de que todos os meus dentes de um lado estão sendo extraídos ou que precisam de tratamento de canal. Isso leva muitas vezes a extrair os dentes.

A neuralgia do trigêmeo não escolhe mais idade. Antigamente falava-se sobre ser uma doença para pessoas acima de 70 ou 80 anos, mas hoje não mais. Os analgésicos não tiram a dor, e nem todos têm acesso aos medicamentos.

Eu mesma já tive situações em que precisei tomar morfina e duas horas depois tive que refazer a medicação porque a dor estava exatamente igual. Pouco se fala da neuralgia do trigêmeo e suas causas, e principalmente do que faz disparar os gatilhos da dor.

Eu sei que tenho situações em que uma mudança brusca de temperatura e irritabilidade/stress podem disparar o gatilho da dor. Mas já houve situações em que o simples ato de escovar os dentes, lavar ou pentear o cabelo ou me maquiar fosse suficiente para ter a dor.

Já foram realizados vários tratamentos, mas eles não visam a cura e sim a remissão. Temos o uso de medicamentos, cirurgia, balão gama, entre outros. Todos eles têm um prazo de validade, inclusive as cirurgias.

Eu mesma não sou indicada para cirurgia, pois há um risco de ficar surda ou perder um olho, e mesmo assim não há garantias de que a cirurgia seja eficaz. Existem pessoas que fazem cinco ou seis cirurgias e, quando voltam da cirurgia, a dor continua lá.

A neuralgia do trigêmeo não deixa sinais aparentes e muitas vezes gera descaso, inclusive por parte de alguns médicos. Muitas vezes acabamos sendo vistos como preguiçosos, chorões e reclamões. Ela é uma dor incapacitante.

Mesmo assim, no SUS não temos prioridade nas filas de exames e cirurgias. Não temos direito à aposentadoria por invalidez.

O intuito desse vídeo é solicitar mais atenção por parte da comunidade científica nas pesquisas e das autoridades governamentais na liberação de verba para isso. Estatisticamente, éramos um grupo de 4,3 acometidos a cada 100 mil pessoas, mas essa estatística pode estar errada devido aos casos de erro de diagnóstico e demora no diagnóstico.

Nem todas as pessoas têm acesso à medicação e nem todas têm acesso a um médico habilitado para diagnosticar a neuralgia do trigêmeo, e isso é desesperador. Imagina você ter uma dor no seu rosto, não saber de onde vem, para onde ela vai, e nada que possa aliviar.

Somos pessoas que trabalham, estudam, temos filhos, namorados, esposas, maridos. Enfim, somos pessoas que têm e querem ter uma vida normal. Não queremos ser dependentes de medicação para o resto da vida, e uma medicação que com o passar do tempo se torna ineficaz, pois o nosso organismo vai se acostumando.

Não desejamos essa terrível dor para ninguém, não desejamos essa dor para as próximas gerações. Chega de choques elétricos! Queremos nossa vida de volta, nossa segurança de volta. A segurança de saber que podemos ir a uma festa, dar uma volta na quadra e não voltar com dor para casa. A segurança de escovar os dentes sem ter choques ou poder lavar o cabelo no salão sem medo de ter uma crise.

Queremos nossas vidas de volta. Não queremos fazer parte da estatística. Por favor, compartilhe esse vídeo. Contamos com você. Pode parecer pouco, mas pela imagem, muito obrigada.

Fonte: Neuralgia do trigêmeo – Chega de choques elétricos!!! por Eu tenho Neuralgia do Trigêmeo