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Tratando as discinesias no Parkinson: dicas e estratégias eficazes.

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Como contornar as discinesias no Parkinson

Olá pessoal, tudo bem? Aqui é Adriana Moro, neurologista especialista em doenças de Parkinson, e nesse vídeo de hoje eu vou responder uma dúvida muito frequente que eu recebi essa semana aqui pelo Canal. Como melhorar, como lidar, como contornar as discinesias na doença de Parkinson.

Antes de mais nada, vamos esclarecer esse conceito que às vezes não é comum para muita gente. O que são as discinesias? Discinesia é o movimento involuntário que pode acontecer em quem tem Parkinson e está relacionado ao uso das medicações dopaminérgicas, principalmente a levodopa.

Com o uso a longo prazo da levodopa, depois de alguns anos, alguns pacientes podem ter esses movimentos involuntários, que chamamos de discinesia. Esses movimentos podem acontecer na região cervical, no tronco, nos braços e nas pernas. Ou seja, é um movimento involuntário que acontece contra a vontade do paciente, não acontece porque ele quer. Está relacionado principalmente ao uso da levodopa a longo prazo, mas pode ser induzido também pelo uso de outras medicações dopaminérgicas.

Agora vamos à dúvida: como podemos melhorar as discinesias? Aqui tem outro conceito importante que eu quero falar para vocês. A discinesia geralmente acontece quando ocorre o pico de dose da levodopa. Ou seja, quando a levodopa atinge o pico de concentração no sangue, é nesse momento que os movimentos involuntários podem ocorrer. E quando começa a baixar, geralmente os movimentos sessam.

Então, é importante reconhecer em qual momento está acontecendo a discinesia. Em todo o momento da tomada de levodopa ela acontece, ou tem algum momento do dia específico em que está ocorrendo? E quanto tempo depois de tomar a levodopa a discinesia está acontecendo?

Normalmente ela acontece no pico de ação da levodopa, mas também pode estar associada ao início e ao fim do efeito da medicação. É importante perceber isso para comunicar ao médico, pois a partir disso podemos fazer ajustes na medicação para tratar as discinesias.

Uma das alternativas que podemos fazer para melhorar as discinesias é reduzir a dose da levodopa. Quanto maior a dose da levodopa, maior a tendência de induzir discinesia. Ou seja, podemos diminuir a quantidade de levodopa que está sendo tomada em cada dose para reduzir o pico de concentração no sangue e, com isso, induzir menos discinesia.

Uma alternativa é fracionar a dosagem. Por exemplo, ao invés de tomar um comprimido inteiro de levodopa a cada quatro horas, podemos diminuir um pouco e passar para três quartos de comprimido a cada três horas. Com esse pequeno ajuste, já é possível melhorar as discinesias.

Outra opção é retirar outras medicações dopaminérgicas que estejam acentuando as discinesias. Além disso, podemos utilizar medicamentos como a amantadina, que é uma substância utilizada principalmente com esse propósito de reduzir as discinesias.

Em casos mais graves, em que todas essas alternativas foram tentadas e o paciente continua apresentando discinesias, podemos lançar mão da cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda (DBS), que consiste no implante de um marca-passo de eletrodo cerebral profundo. Essa cirurgia também traz excelentes resultados para o controle da discinesia.

Se você ficou com mais alguma dúvida, deixe aqui nos comentários que eu estou aqui para te ajudar. Me siga também pelo Instagram: @DoutoraAdrianaMoro. Lá eu dou dicas que podem te ajudar também. Um beijo com carinho e até o próximo vídeo. Tchau tchau!

Fonte: Como lidar com as discinesias no Parkinson? por Dra. Adriana Moro – Neurologia