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Tratamento para Tique: Entenda com a Psiquiatra Maria Fernanda Caliani

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Tiques e seu tratamento

Olá pessoal, eu sou a doutora Maria Fernanda, psiquiatra, e hoje estou de volta com mais um vídeo para vocês.
Hoje vamos falar um pouquinho sobre os tiques. Os tiques são movimentos involuntários e repetitivos que algumas
pessoas perdem o controle sobre. Esses movimentos podem ser piscar os olhos, ter espasmos no ombro, movimentos
faciais, movimentos no pescoço, entre outros. Esses tiques geralmente chamam a atenção das pessoas ao redor e,
muitas vezes, são motivo de chacota, com as pessoas imitando e reproduzindo esses movimentos para provocar a
pessoa que os possui.

Diferente de um hábito, os tiques são comportamentos involuntários e repetitivos. Não consigo premeditar esses
movimentos, eles aparecem de forma automática e ocorrem várias vezes ao longo do dia. É muito comum que esses
tiques comecem na infância e é raro que apareçam somente na idade adulta. Cerca de 20% da população infantil
apresenta algum tipo de tique, principalmente por volta dos sete ou oito anos de idade. Os pais não devem se
preocupar, pois geralmente os tiques desaparecem naturalmente.

No entanto, é importante ficar atento se os tiques persistem por mais de um ano, causam prejuízo ou constrangimento
à criança. Nesses casos, é necessário investigar se há alguma síndrome associada, como a síndrome de Tourette ou
transtorno obsessivo-compulsivo. Os tiques são vivenciados como irresistíveis, a pessoa não consegue controlá-los
mesmo que queira. Eles surgem em meio a alguns ciclos, aparecendo e desaparecendo ao longo do tempo.

Os tiques podem ser exacerbados em situações de estresse e ansiedade, e são atenuados em situações que demandam
muita atenção. Durante o sono, podem ocorrer tiques motores (como piscar os olhos) ou vocais (como falar palavras
repetidamente). Quando os tiques aparecem em grande quantidade, geralmente estão associados a uma síndrome, como a
síndrome de Tourette ou transtorno obsessivo-compulsivo.

O tratamento para os tiques varia de acordo com cada caso. A terapia cognitivo-comportamental tem mostrado ser
eficaz em ajudar o paciente a lidar com esses tiques, através de técnicas de reversão de hábitos. Essa terapia
auxilia o paciente a prever o tique e a desenvolver estratégias para lidar melhor com eles. Em casos mais graves,
em que os tiques causam constrangimento e prejuízo social, podem ser utilizados medicamentos antipsicóticos para
diminuir a intensidade dos tiques.

Espero que essas informações tenham sido úteis para vocês. Volto no próximo vídeo para aprofundarmos um pouco mais
sobre a síndrome de Tourette. Até lá!

Fonte: Tique tem tratamento? Psiquiatra Maria Fernanda Caliani explica por Neurologia e Psiquiatria