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Tratamento combinado com quimioterapia e radioterapia tem resultados promissores no câncer de esôfago – ASCO 2018

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Tratamento de Câncer de Esôfago

Olá, meu nome é Joe Rogan, sou oncologista do Hospital Albert Einstein em São Paulo e também sou médico radiologista do Hospital Israelita Albert Einstein. Hoje vamos discutir alguns aspectos do tratamento de câncer de esôfago.

No caso do carcinoma de células escamosas, o tratamento padrão acaba sendo a radioterapia, em que o paciente tem resposta completa, ou seja, a doença desaparece e ele não precisa ser operado, apenas observado. No entanto, para aqueles que não têm resposta completa, uma cirurgia de resgate pode ser realizada.

Recentemente, foi realizado um estudo que investigou a intensificação da radioterapia no tratamento desse tipo de câncer. O estudo envolveu cerca de 300 pacientes com tumores de esôfago no estágio 2 e estágio 3, que foram submetidos à radioterapia junto com quimioterapia. Um grupo recebeu a dose padrão de 53, enquanto o outro grupo recebeu a dose de 63. No entanto, no final do estudo, não houve diferença significativa na sobrevida livre de doenças, sobrevida livre de progressão e sobrevida global entre os dois grupos. Isso indica que a dose padrão de 53 deve ser utilizada no tratamento desse tipo de câncer, já que a dose de 63 não oferece nenhum benefício adicional.

Esse resultado está de acordo também com os estudos anteriores, como o estudo dos Sininhos, que comparou as doses de 53 e 64. Apesar de algumas críticas sobre esse estudo, a padronização da dose de radioterapia parece ser o mais indicado para os carcinomas de células escamosas de esôfago.

A intensificação do tratamento é uma questão importante, e um estudo avaliou diferentes regimes de quimioterapia em combinação com a radioterapia. Foi observado que os pacientes que responderam bem ao tratamento prévio com platina e 5-fu tiveram melhores desfechos quando submetidos à radioterapia. Por outro lado, os pacientes que não responderam ao tratamento prévio tiveram resultados piores quando submetidos à radioterapia. Portanto, a escolha do regime de quimioterapia adequado antes do tratamento com radioterapia é essencial.

No caso dos adenocarcinomas de esôfago, a radioterapia padrão tem sido em torno de 40 Gray. No entanto, algumas instituições têm utilizado 50 Gray para oferecer um melhor controle local caso o paciente não vá ser operado. Acredita-se que essa dose mais alta não aumenta a toxicidade significativamente e também não dificulta a realização da cirurgia. Portanto, doses de 45 a 50 Gray são comumente utilizadas nesses casos.

Em resumo, o tratamento do câncer de esôfago envolve a combinação de radioterapia e quimioterapia. A dose padrão de radioterapia para o carcinoma de células escamosas deve ser de 53 Gray, enquanto que para os adenocarcinomas pode ser de 40 a 50 Gray. A escolha do regime de quimioterapia adequado antes do tratamento com radioterapia também é essencial para o sucesso do tratamento.

Fonte: Quimio e radioterapia em câncer de esôfago – ASCO 2018 por Hospital Israelita Albert Einstein