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Transtorno de ansiedade na visão de Carl Gustav Jung: Ajax Salvador esclarece.

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Refletindo sobre os problemas sociais, políticos e culturais

Acreditamos que é por meio do autoconhecimento, enquanto indivíduo e sociedade, que iremos desenvolver alguma
alternativa criativa para suportar e superar os problemas atuais.

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Transtornos de Ansiedade

Há uma categoria psicopatológica muito frequente nos dias de hoje: os transtornos de ansiedade. Alguns estudos
importantes apontam que a prevalência de pessoas com transtornos de ansiedade na população geral é próxima de
vinte por cento no município de São Paulo.

É importante termos cuidado com as construções que a ciência faz, como se fossem elementos literais. A ansiedade é
uma disposição da alma para prever uma ameaça futura. Os códigos psiquiátricos, como o CID e o DSM, descrevem o
transtorno como um padrão de previsão de ameaça futuro. No entanto, a ansiedade em si não é algo bom ou ruim, mas
sim um mecanismo de defesa que pode se manifestar de diversas formas.

Os transtornos de ansiedade não dizem respeito apenas à ansiedade em si, mas sim à forma como a consciência
interpreta e reage às ameaças percebidas. Os transtornos se manifestam por meio de sequências associativas,
padrões de pensamento e comportamento que são vividos como sintomas.

Os indivíduos são compostos por uma multiplicidade de complexos, que são padrões que se associam, levando os
sujeitos a pensar e agir de determinada maneira. Qualquer complexo que domine a consciência e cresça
demasiadamente pode causar uma unilateralidade e fazer com que outros aspectos sejam vividos como sintomas.

Os transtornos de ansiedade ocorrem quando as vivências de ameaça são interpretadas de forma exagerada e
intensa. Os complexos associativos são ativados e começam a buscar sinais de ameaça, mesmo que estas não estejam
presentes no momento atual. A busca por ameaças pode se dar tanto no passado, através de lembranças, como no
futuro, através de imagens de possíveis acontecimentos.

Esses mecanismos de defesa podem ajudar em determinadas situações, mas quando crescem demais, eles podem paralisar
a vida e represar o fluxo de energia psíquica. Isso pode causar uma série de consequências fisiológicas e
emocionais descritas pela neurociência e psiquiatria.

É importante entender que há várias maneiras de lidar com a tensão entre o complexo associativo e os aspectos
ameaçadores. Atividades físicas moderadas, meditação e até mesmo certas medicações podem ajudar. No entanto, o
trabalho de aproximar os complexos e os aspectos ameaçadores e dialogar com eles é um processo que precisa ser
vivido e experimentado por cada pessoa. Nesse sentido, a psicoterapia pode criar um campo de possibilidades para
essa reconfiguração e redirecionamento.

Concluindo, todos nós somos muito mais do que os complexos que nos constituem. Através do autoconhecimento e da
consciência de nossos padrões de funcionamento, podemos criar uma nova relação com eles e trazê-los para a vida
presente, visando estar a serviço da vida e não o contrário.

Refletir sobre essas questões é importante para enfrentar e superar os problemas sociais, políticos e culturais que
nos acompanham. É hora de agir e encontrar alternativas criativas para um futuro melhor.

Fonte: Transtorno de Ansiedade | Na visão de Carl Gustav Jung | Ajax Salvador por IJEP – Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa