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Sintomas, causas e tratamentos da epilepsia: tudo que você precisa saber

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A epilepsia: O que é e como é tratada?

A epilepsia é um distúrbio neurológico que ocorre no cérebro. Não é transmissível e é crônico, com características genéticas e influenciadas por fatores ambientais. A epilepsia ocorre devido a descargas elétricas excessivas nos neurônios, que são desorganizadas. O cérebro epiléptico não tem organização na transmissão do impulso nervoso, como uma pessoa normal. Ele é excessivamente ativado e as descargas são desorganizadas, levando às crises convulsivas que conhecemos.

É importante ressaltar que existem muitos fatores que podem levar a crises convulsivas. Ter uma ou duas crises não necessariamente significa que o paciente é epilético. Pessoas que utilizam drogas, consomem álcool em excesso, se estressam muito, têm distúrbios do sono, têm uma vida noturna agitada ou são submetidas a flashes luminosos intensos são mais propensas a ter crises. Além disso, febres em crianças, se não tratadas, podem gerar confusão e crises febris. No entanto, nem todas essas condições tornam-se epilepsias.

Sabe-se que as crises febris na infância não necessariamente levam a criança a se tornar um adulto epiléptico. No entanto, estudos apontam que crianças que têm muitas convulsões febris têm mais chances de desenvolver epilepsia na fase adulta. Portanto, se você tem um filho e ele tem febres recorrentes, é importante administrar um antitérmico imediatamente para controlar a febre, pois é perigoso quando a crise ocorre em uma determinada área do cérebro. Isso é chamado de crise focal. Quando ocorre em várias áreas ao mesmo tempo, é chamada de crise generalizada.

As crises podem ou não apresentar consciência preservada. Quando a consciência é preservada, o indivíduo vê tudo o que está acontecendo durante a crise. Ele pode morder a língua e até mesmo a pessoa que está observando. Quando não há consciência preservada, a pessoa não se lembra de nada depois da crise e precisa ser informada por outras pessoas sobre o que aconteceu. Uma mesma pessoa pode ter vários tipos de crises, tanto com consciência preservada quanto com perda da consciência.

Quando ocorrem as crises, o cérebro interrompe temporariamente suas atividades e ocorre uma manifestação voluntária de algumas funções, como comportamento, consciência, sensibilidade e controle motor. Os sintomas e manifestações das crises são típicos e variam de acordo com a região do cérebro onde as descargas estão predominando. Por exemplo, quando ocorrem na região frontal, as manifestações são psicomotoras, com diversas contrações musculares por todo o corpo. Quando ocorrem no lobo occipital, as manifestações são predominantemente visuais, com distúrbios na visão durante as crises. As pessoas podem enxergar luzes ou flashes luminosos, principalmente na metade do campo visual. Quando ocorrem no lobo temporal, podem ocorrer automatismos, onde o paciente perde a consciência e pode andar sem rumo, retornando horas depois como se nada tivesse ocorrido. Quando ocorrem no lobo parietal, entre o frontal e o temporal, o paciente pode sentir distúrbios de sensibilidade, como calor excessivo, dormência ou formigamento.

O diagnóstico da epilepsia é feito com base nos sintomas apresentados pela pessoa, exame de imagem, como ressonância magnética de crânio, e eletroencefalograma. É importante lembrar que em cerca de 20% dos casos, os exames podem estar normais, não apresentando nenhuma alteração. No entanto, a pessoa pode continuar apresentando manifestações epilépticas.

Além do tratamento medicamentoso, é importante que o paciente tenha alguns cuidados. O paciente com epilepsia deve ter horário regular para dormir e acordar, precisa ter uma boa noite de sono e uma qualidade de vida saudável. Ele não pode estar submetido a pressão, estresse ou qualquer tipo de ansiedade. Também deve evitar locais com luzes muito fortes, festas noturnas e emoções intensas, pois isso pode desencadear uma crise, mesmo estando em tratamento regular. A atividade física e a alimentação saudável também são grandes aliados no controle da crise, pois reduzem os níveis de ansiedade.

É importante considerar que mesmo algumas pessoas com epilepsia que fazem a medicação correta e têm hábitos de vida saudáveis podem continuar tendo crises. Essas pessoas merecem uma atenção especial e é necessário investigar a possibilidade de alguma alteração no cérebro, como a presença de tumores, lesões ou algum defeito anatômico. Em tais casos, a intervenção cirúrgica é imprescindível, pois, a partir do momento em que o foco da crise é removido, a pessoa tende a se curar e ter uma vida normal.

No próximo vídeo, falaremos sobre os principais tipos de crises convulsivas. Não deixe de se inscrever no nosso canal para ser notificado quando novos conteúdos forem publicados.

Fonte: EPILEPSIA por Clínica da Mente