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Síndrome de Tourette: conheça os sintomas e tratamentos em 17-04-2014

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Estudo revela que 3% da população mundial pode ter Síndrome de Tourette

Um estudo recente revelou que cerca de 1% da população mundial é portadora da Síndrome de Tourette, uma condição neuropsiquiátrica que afeta tanto o sistema neurológico quanto a parte psíquica e emocional. No entanto, estima-se que o índice possa chegar a 3%, uma vez que muitos portadores da doença não têm o diagnóstico correto.

A Síndrome de Tourette foi descoberta no século XIX, mas foi somente em 1884 que o médico e estudioso francês, Jean-Marc Itard, descreveu em detalhes os mesmos sintomas da síndrome, que na época foi denominada “doença dos tiques convulsivos”. Em homenagem a ele, a doença foi batizada de Síndrome de Tourette.

A doença costuma se manifestar entre os dois e os 15 anos de idade, sendo mais comum aos sete anos. Os sinais característicos da síndrome são os chamados “tiques”, que incluem desde piscadas de olhos, caretas, pigarros até movimentos involuntários mais graves. Cerca de 20% das crianças podem apresentar tiques sem que isso seja um problema, mas quando os tiques se tornam persistentes ou graves e interferem na rotina da pessoa, é feito o diagnóstico de Transtorno de Tique. No caso dos tiques motores e vocais, é chamado de Síndrome de Tourette.

A doutora Ana Une, psiquiatra especializada em Síndrome de Tourette, explica que a doença é uma questão comportamental e que afeta não apenas o paciente, mas também sua família e a forma como as pessoas ao redor reagem aos tiques. A rotina de uma criança com Síndrome de Tourette em um ambiente escolar pode ser desafiadora, pois os tiques podem chamar a atenção dos colegas e causar constrangimento.

Um exemplo de superação é o caso de um jornalista de 47 anos de idade, que começou a apresentar os tiques desde os oito anos. Na época, ele sofria com o bullying e a falta de compreensão dos colegas. Ele conta que os tiques eram tão evidentes que além de rirem, os colegas costumavam apontar para ele no pátio da escola. A falta de entendimento e a dificuldade em conviver com os tiques o deixaram muito abalado emocionalmente.

A família sempre o apoiou e protegeu, mas também enfrentava dificuldades em compreender que os tiques eram involuntários. O jornalista relembra situações em que era repreendido dentro de casa por causa dos tiques, o que gerava ainda mais repressão e desconforto.

Há cerca de 10 anos, o filho de uma diretora de escola também passou a apresentar tiques incontroláveis. Com o diagnóstico recente de Síndrome de Tourette, a mãe busca disseminar informações sobre a doença e luta por uma maior compreensão e aceitação do filho, tanto por parte dos colegas como por parte da escola.

A doutora Ana explica que cerca de um terço dos portadores da Síndrome de Tourette podem ter cura espontânea ao atingirem a idade adulta. No entanto, para os demais, existem tratamentos que podem ajudar a controlar os tiques. Além de medicamentos, a terapia comportamental também é uma opção para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Atualmente, existem associações que oferecem suporte e orientação para os portadores da síndrome e suas famílias. A divulgação da doença é fundamental para que mais pessoas busquem o diagnóstico correto e tenham acesso ao tratamento adequado.

A Síndrome de Tourette não deve ser vista como um obstáculo, mas como um desafio a ser superado. Com o apoio da família, terapeutas e compreensão da sociedade, é possível que o portador da síndrome viva uma vida plena e feliz, apesar da condição.

Fonte: Conheça a Síndrome de Tourette – 17-04-2014 por TV Cachoeira Novo Tempo