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Síndrome de torção e dilatação gástrica em animais (Arca de Noé Clínica Veterinária)

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A síndrome da torção e dilatação gástrica – uma doença grave que pode levar à morte

Hoje eu vou falar de uma doença que mata mais do que as pessoas imaginam – a síndrome da torção e dilatação gástrica. Essa doença leva o animal a morrer de forma tão rápida que muitas vezes o dono chega em casa e se depara com o seu amiguinho já morto, sem saber a causa.

Essa doença foi a responsável por tirar a vida do personagem Malina no filme que tantas pessoas choraram quando ele morreu. Mas, afinal, o que causa essa doença?

A principal causa da síndrome da torção e dilatação gástrica é o consumo excessivo de água por parte do animal. Isso pode acontecer se o animal ficar muito tempo sem acesso à água ou se ingerir alimentos que o façam beber muita água, como por exemplo um churrasco salgado. Essa ingestão excessiva de água faz com que o estômago fique distendido e possa girar em torno do seu eixo, assim como uma bexiga de festa cheia de água.

Além disso, existem algumas raças que possuem maior predisposição à torção gástrica, como Fila Brasileiro, Rottweiler, Pastor Alemão, São Bernardo, Labrador, Dogue Alemão, entre outras. Essas raças representam mais de 60% dos casos de torção gástrica atendidos em hospitais veterinários.

Outro fator que aumenta a incidência da doença é o peso do animal. Animais com mais de 25 quilos têm maior predisposição à torção gástrica. Além disso, a maioria dos casos ocorre em cães com mais de 16 anos de idade. No entanto, também pode ocorrer dilatação gástrica em cães mais leves e jovens.

Os sintomas da síndrome da torção e dilatação gástrica são bem característicos e devem ser levados a sério. O cão apresenta sinais de tentativa de vômito, mas não consegue expelir nada. Ele pode parecer muito dolorido e desconfortável, além de apresentar inchaço no abdômen. Geralmente, não consegue mais comer nem beber água. É importante que o proprietário leve o animal imediatamente ao veterinário assim que esses sintomas forem identificados.

O diagnóstico da torção gástrica é realizado pelo veterinário através do exame de percussão no abdômen, onde ele ouve um som característico de distensão gástrica. Em caso de dúvida, o veterinário pode solicitar um raio-x, que mostra claramente a torção gástrica.

Na maioria dos casos, a cirurgia é necessária para salvar o animal. O tempo é crucial, e quanto mais cedo a cirurgia for realizada, maiores são as chances de sucesso. Durante a cirurgia, é necessário esvaziar o conteúdo gástrico e desfazer a torção do estômago. Em alguns casos, é preciso remover parte do estômago ou do baço.

A cirurgia de torção gástrica consiste em quatro etapas: anestesia e estabilização do paciente, esvaziamento do estômago, desfazimento da torção e fechamento do estômago e de outras regiões. Após a cirurgia, o paciente passa por um período de cuidados intensivos, onde são monitorados diversos aspectos da saúde do animal.

Apesar de todos os esforços, nem todos os animais conseguem sobreviver à cirurgia de torção gástrica. Alguns chegam ao ponto de não retorno, onde não há mais possibilidade de recuperação, mesmo com a cirurgia. É angustiante tanto para o veterinário quanto para o dono do animal, pois muitas vezes há a expectativa de sucesso, mas o desfecho trágico é inevitável.

É importante ressaltar que a prevenção é a melhor forma de evitar a síndrome da torção e dilatação gástrica. É essencial controlar a ingestão de água do animal e evitar que ele coma alimentos que possam levá-lo a beber água em excesso. Além disso, é fundamental conhecer a predisposição de raças e seguir as orientações do veterinário para prevenir a doença.

Em casos de suspeita de torção ou dilatação gástrica, não hesite em levar o seu animal imediatamente ao veterinário. O tempo é crucial e pode fazer a diferença entre a vida e a morte do seu amiguinho.

Fonte: Sindrome da torção e dilatação gástrica (Arca de Noé Clínica Veterinária) por Arca de Noé Clínica Veterinária